Pois é gente, segundo a Fonte: R7, a cada dia pipoca uma nova greve e as antigas não acabam, atingindo principalmente o serviço público, nas áreas vitais de educação, saúde e segurança. Esta semana, completa dois meses a paralisação no INSS e ainda não terminou a greve nas universidades federais, que começou no final de maio. Na terça-feira (1º), cruzaram os braços os policiais civis de Brasília e praticamente todos os servidores públicos estaduais do Rio Grande do Sul, que tiveram seu salário de agosto parcelado em quatro prestações. A onda grevista que se alastra pelo País já entrou na rotina e não ganha mais capas nem manchetes no noticiário, mas revela a face mais dramática dos efeitos da crise econômica na vida real dos brasileiros: a perda de benefícios, empregos e renda. Alguns exemplos: o prazo para agendamento do pedido de aposentadoria já chega a 103 dias no Distrito Federal; quem foi demitido passa as madrugadas em filas e não consegue dar entrada nos papéis para receber o salário-desemprego; foram suspensas as perícias para quem pede o auxílio-doença e está cada vez mais difícil marcar consultas e exames nos serviços públicos de saúde. Enquanto, em Brasília, ministros e parlamentares batem cabeça discutindo o tamanho do rombo no orçamento e fórmulas mágicas para aumentar a arrecadação e cortar gastos, emperram as negociações salariais que poderiam dar fim às greves. Os servidores do INSS querem 27% de aumento já, mas a última proposta do Ministério do Planejamento é de um reajuste de 21% a ser pago em parcelas entre 2016 e 2019. Sem saber mais o que fazer em meio à crise financeira e à nova greve de funcionários públicos, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, desabafou na segunda-feira: "A situação é emergencial. Poderíamos chamá-la quase de calamidade".
De fato, no segundo dia da greve geral do funcionalismo gaúcho, foram registrados bloqueios em batalhões da Brigada Militar, que estão aquartelados, e protestos em Porto Alegre e no interior. Em Esteio, na região metropolitana, a queima de pneus interrompeu o tráfego na BR-116. Na capital, o policiamento é feito a pé por brigadianos da Academia de Polícia Militar. Escolas foram fechadas e postos de saúde só atendem casos de emergência. No Rio, o Ministério Público Federal entrou com ação civil pública contra os sindicatos dos trabalhadores em saúde para garantir o funcionamento das atividades essenciais do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, em São Cristóvão, na zona norte da capital. A única boa notícia da semana é que houve acordo entre os trabalhadores e a direção da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, encerrando a greve iniciada há uma semana. Assim foram evitadas 1.500 demissões, com o corte de 10% dos salários e a redução de 20% na jornada de trabalho, após a adesão ao PPE, o Programa de Proteção ao Emprego, anunciado pelo governo no começo de agosto. Ó Wall!!!
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