INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O PALHACINHO TRISTE

Por: Tia Célia
Guilherme aproveitara muito bem suas lições na escola e passara de ano, com louvor. Seus pais, muito amorosos, lhe proporcionaram, então, alguns dias de férias numa conhecida cidade litorânea naquela região. Eufórico, Guilherme arrumou a mala e, juntamente com seus pais e o irmãozinho, num dia muito bonito, saíram em viagem. Ao chegar, logo à entrada da cidade, viram um circo cheio de luzes coloridas, jaulas com belos animais
selvagens, elegantes cavalos e macacos engraçados. Com os olhos estatelados de emoção, Guilherme ouviu seu pai prometer que no dia seguinte iriam assistir ao espetáculo. No outro dia, à hora aprazada, deram entrada no circo e logo começou a função. Bailarinas, equilibristas, mágicos e trapezistas, alternavam-se com palhaços, macacos engraçados, elefantes enfeitados com pedrarias, domadores de animais e muitas outras coisas...
Com um pacote de pipocas nas mãos, Guilherme acompanhava tudo rindo e batendo palmas, satisfeito. De repente, olhou um dos palhaços que faziam piruetas e davam cambalhotas no picadeiro. Seu ar, embora o riso aberto, era triste. Quando ele se aproximou mais, Guilherme percebeu que duas lágrimas brilhavam em suas faces pintadas. Daquele momento em diante, nada mais teve graça, e a figura do palhaço triste não lhe saiu mais da
cabeça. Na manhã seguinte acordou e, em vez de ir à praia, voltou ao circo. As imagens agora eram bem diferentes. Não havia mais belas luzes coloridas e a impressão de luxo e riqueza desvaneceu-se inteiramente. Algumas pessoas faziam a limpeza do local, enquanto outras lavavam e tratavam dos animais. O garoto perguntou a alguém onde poderia encontrar o palhaço triste e informaram-lhe que ele estava no picadeiro. Adentrando a enorme lona do circo, agora totalmente vazio, Guilherme parecia ainda ouvir os aplausos e os gritos da platéia. Logo o viu. Uma pequena figura, sentada no chão, tendo a cabeça entre as mãos.
- Olá! - disse, à guisa de cumprimento.
O palhaço ergueu a cabeça, ao ouvir a voz estranha.
- Olá! - respondeu - O que o traz aqui, garoto?
- Bem, é que eu gostaria de ver um palhaço de perto.
- Ah! Com certeza vai se decepcionar. Sou apenas um homem como qualquer outro.
- Estranho! Sempre pensei que os palhaços deveriam levar vida alegre, sempre sorrindo e brincando, como se a existência fosse uma festa! - exclamou o menino.
- Puro engano, meu filho. Muitas vezes rimos para não chorar - disse, com pesar.
- Agora entendo isso. Ontem mesmo, durante o espetáculo, percebi que você estava triste, por quê?
- Deu para notar?!... A verdade é que estou com problemas muito graves.
E o palhaço lhe contou que estava com a filhinha doente e não tinha recursos para levá-la ao médico. Contente por poder ajudar, Guilherme lhe assegurou:
- Ora, não se aflija! Meu pai é médico e poderá examinar sua filha.
Saiu correndo e, pouco depois, voltou acompanhado pelo pai. Ficaram impressionados com a miséria do local. O carro em que viajavam, e que lhes seria de moradia, era muito pobre e sem conforto. O médico examinou a criança e afirmou que ela, além de pneumonia, estava também muito desnutrida, precisando se alimentar melhor.
- Eu sei, doutor. - disse o palhaço - Mas não tenho dinheiro. Ganho pouco e mal dá para as despesas mais urgentes.
- Não se preocupe. Sua filhinha deverá ser hospitalizada, mas ficará boa logo, com a ajuda de Deus.
O médico conduziu a menina para o hospital, onde ela foi medicada. Em seguida, levou uma cesta contendo gêneros alimentícios que dariam para muitos dias e entregou também, ao palhaço, um envelope contendo certa importância em dinheiro.
- Mas, doutor, não sei quando poderei lhe pagar!...
- Não se preocupe. Quero apenas vê-lo fazer as crianças sorrirem.
Depois de alguns dias, a garotinha voltou para casa contente e saudável. Era o último espetáculo do circo. Iriam levantar acampamento no dia seguinte. Guilherme e seus familiares estavam na primeira fila. O palhaço aproximou-se, trazendo nas mãos um lindo balão vermelho, amarrado com um cordão. Chegando junto a Guilherme entregou-lhe o balão, com sorriso aberto e feliz.
- Você agora não é mais um palhacinho triste - disse Guilherme.
- Não. Graças a você, posso sorrir novamente. Não sei como lhes agradecer tudo o que fizeram por mim. O médico, bem-humorado, afirmou:
- É fácil! Faça um espetáculo bem alegre para deixar as crianças contentes.
Com um último olhar agradecido, o palhaço afastou-se dando cambalhotas e fazendo palhaçadas, acompanhado pelo riso das crianças. Guilherme suspirou, satisfeito. O pai olhou para o menino, com carinho:
- Muitas vezes, o sofrimento e a dor estão onde menos esperamos, meu filho.
E é preciso ter sensibilidade para descobrir onde está a necessidade das pessoas. Se não fosse você, ninguém teria descoberto o problema do palhaço. Muito bem, meu filho, Jesus certamente está contente com você. E completou;
- A verdade é que onde estivermos podemos ajudar alguém. Basta que tenhamos boa-vontade para isso.
Jornal O Imortal - Nº 552 - Janeiro de 2000. Ó Wall!!!!

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