Hum...
...como vai você?
EU PRECISO saber da sua vida. Sem ter satisfeito seu desejo individualista, o narrador apela para outras artimanhas, como sugerir um portador para a informação requerida: peça a alguém PRA ME CONTAR sobre o seu dia. E ao acrescentar o advérbio “só” à frase EU PRECISO SABER, tenta esboçar alguma fragilidade, mas não convence:
Anoiteceu, e EU PRECISO SÓ SABER. Até quando resolve qualificar o outro, o uso do pronome possessivo é recorrente, não estranharia se eles tivessem escrito um verso como o melhor de você sou eu: razão de MINHA PAZ já esquecida que já modificou A MINHA VIDA. É quase cômica a falsa dúvida levantada, praticamente uma declaração de amor: nem sei se gosto MAIS DE MIM ou de você. Os argumentos para a reconciliação são ainda mais egoístas. Não há em nenhum momento interesse no conjunto. A felicidade do casal não existe, é tudo muito unilateral. Chego a imaginar que a musa da canção tenha sido uma boneca inflável: Vem, que a sede de te amar ME FAZ MELHOR. EU QUERO amanhecer ao seu redor PRECISO TANTO ME FAZER FELIZ. “Como Vai Você?”
Não é uma canção para ser ouvida a dois, ela é opressora, mesquinha, masturbatória. Produto da vaidade de alguém que não sabe o que é amar, e nem o que é sofrer.
Ó WAL !!!
INAUGURAÇÃO DO BLOG
05 de JULHO de 2010
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