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terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Sambô ou não sambô?
... E o prefeito da grande João Pessoa - PB sambô na cabeça da gente com esse réveillon... Não vou para a praia engrossar o caldo dessa "animada festa de ano novo, que juntou mais de tantas mil pessoas na orla de Tambaú em João Pessoa, como dirão os noticiários das tv's locais, passada a euforia de champanhas e fogos de artifício. E não vou em protesto aos parcos 2.000/2.500 Reais que a FUNJOPE oferece de cachê para os grupos de teatro, música e demais expressões artísticas da cidade, grupos estes que se submetem a tais valores tão irrisórios não porque consideram justas essas cifras, mas porque precisam... Afinal de contas vive-se numa cidade onde a maioria dos teatros está de portas fechadas há cerca de um ano. Vive-se numa cidade que ainda não tem o hábito de frequentar espetáculos de artes cênicas e shows de bandas locais, ou majoritariamente o fazem somente quando globais cá aportam cobrando ingressos caríssimos (pros locais, tá difícil viver de bilheteria...). Vive-se numa cidade que deveria repassar via fundo municipal de cultura valores próximos a R$ 5 milhões, mas apenas R$ 1,5 milhão subsidiará 10 categorias esse ano. E vive-se também numa cidade que assassinou seus festivais, encontros, mostras, etc. Podemos aqui enumerar alguns dos finados: Centro em Cena, Outubro no Teatro, Novembro na Dança, Projeto Vértice, e quem puder e tiver mais memória que me recorde de outros tantos... Vale lembrar que mostras, encontros, festivais são momentos onde os artistas podem intercambiar seus conhecimentos e práticas com outros artistas e podem tornar visíveis à cidade os seus trabalhos. E aí, eu fico aqui pensando com os meus botões: o que poderia ser feito com os R$ 320 mil que serão pagos ao Sambô? Uso o grupo da vez somente pra provocar uma reflexão maior e, então retifico, ratificando: O que poderia ser feito com os cachês altíssimos que não somente essa gestão, mas tantas e tantas outras pagaram aos "monstros sagrados" que já passaram por aqui via Paixão de Cristo, Réveillon e afins? Se voltarmos ao FMC, veremos que ficou estipulado em edital valores de projetos entre R$ 10 mil e R$ 50 mil Reais. E os grupos locais ainda conseguem fazer milagre com esse dinheiro!.. Claro, eu já fui ator teatral e terminam por não pagar dignamente seus prestadores, pagam cachês miseráveis pro artista poder ensaiar e fazer o seu trabalho, pedem pro designer ser camarada e fazer por menos, etc. etc. Afinal, é preciso fazer mágica e sambar dobrado pra viver de arte em João Pessoa. E uma banda, numa noite, vai sair de João Pessoa só no sapatinho... Sambô ou não sambô? Ó Wall!!!
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