Tragédia de Camará em Alagoa Grande-PB, completa 10 anos

Bom, segundo o Portal do Júlio, no último dia (17) completou 10 anos da tragédia de Canará em Alagoa Grande-PB. Após a tragédia que deixou cinco pessoas mortas, três mil desabrigados e cerca de 1,8 mil famílias atingidas, os mais de 28 mil moradores do município de Alagoa Grande ainda não esqueceram do pânico provocado pelo rompimento da barragem. Maria Dalva da Silva Batista é uma das sobreviventes do dia 17 de junho de 2004. Ela estava em casa, na rua Ana Emília Almeida de Medeiros, quando a barragem não suportou a força das águas e se rompeu. “A gente lembra de tudo, apesar do tempo. Minha casa mesmo ficou com dois metros de água dentro de casa. Na época que aconteceu o acidente com a barragem nos reunimos e formamos a associação para que os serviços chegassem mais rápido. Até hoje muita gente luta na Justiça por se considerar injustiçado com a tragédia. E a cidade ainda sofre consequências com problemas de falta de água durante a seca”, relembrou Maria Dalva.
Reservatório foi inaugurado no ano de 2002 - O reservatório de Camará foi construído para armazenar 25,5 milhões de m³ de água, mas acabou rompendo quando o volume atingiu 17 milhões de m³, na noite do dia 17 de junho de 2004. A barragem foi feita com a finalidade de garantir o abastecimento de municípios da região do Brejo do Estado, como Alagoa Nova, Alagoa Grande, Areia, Remígio, Matinhas, São Sebastião de Lagoa da Roça, Esperança, Lagoa Seca e Algodão de Jandaíra. O projeto pretendia atender a cerca de 220 mil habitantes e as obras tiveram um custo de aproximadamente R$ 19 milhões. Além de Alagoa Grande, os estragos foram grandes no município de Mulungu, onde cerca de 500 pessoas ficaram desabrigadas. O manancial foi inaugurado em 2002, dois anos após o início de sua construção. Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) fixou em R$ 10 mil as indenizações por danos morais para as vítimas da ‘Tragédia de Camará’. Já os valores por danos materiais variavam em cada caso, pois o TJ-PB avaliou os prejuízos de cada morador atingido pelas águas. O Estado apelou da decisão, pedindo o afastamento da responsabilidade sobre o rompimento. Para o relator do processo, desembargador Marcos Cavalcanti Albuquerque houve omissão do Estado em relação à correta manutenção da barragem, que custou aos cofres públicos R$ 19 milhões. No entendimento do desembargador, “a omissão específica praticada pelo ente estatal, enseja a responsabilidade sem verificação da culpa”. (VS/JPM). Ó Wall!!!