Por: Adriano Ferrarez, continuando... Antes de serem instaladas nas casas de São João da Barra, as armadilhas PET com pano preto + fungo foram testadas em duas salas de nove m2, exatamente iguais, montadas na universidade, com mesas, cadeiras e armários, de modo a simular um cômodo residencial. Em uma delas foram colocadas algumas armadilhas com o fungo e, na outra, não. “Cinquenta mosquitos procedentes do nosso criadouro de pesquisa eram soltos em cada uma das salas, que eram completamente vedadas. Após cinco dias, com a ajuda do chamado BG-Sentinel, recolhíamos os insetos sobreviventes. “O BG-Sentinel é um instrumento de pesquisa, que tem um pote preto com um funil no interior e um líquido atrativo para os mosquitos. Isso faz com que os mosquitos entrem e não consigam mais sair, permitindo a nossa contagem”, diz o biólogo. O experimento foi repetido inúmeras vezes e em média apenas 10 mosquitos permaneciam vivos na sala que continha a armadilha com o fungo, em comparação com os 45 vivos na sala sem a armadilha. “Como as duas salas tinham chão de piso branco, conseguíamos achar alguns mosquitos mortos. Quando isso acontecia, levávamos para análise para atestar que a morte tinha sido mesmo em consequência da toxidade provocada pelo fungo”, complementa. O tecido preto atrai os mosquitos, que entram em contato com o fungo, que atua como inseticida biológico Para Adriano, o controle biológico utilizando fungos tem se apresentado como uma alternativa promissora para reduzir a população de A. aegypti e consequentemente a transmissão da dengue. Mais do que um trabalho de campo para testar a armadilha com fungo e as ovitrampas, a equipe propõe um projeto mais amplo, convidando a população de São João da Barra a se unir contra o aumento de incidência da doença. Para isso, seus integrantes realizam inúmeras palestras e workshops para esclarecer sobre os métodos para minimizar a proliferação de mosquitos, além de ensinar a reconhecer os criadouros, larvas e adultos de A. aegypti.
Para o futuro, Adriano adianta que o objetivo é melhorar a armadilha e viabilizar uma formulação à base de fungo que seja mais duradoura, que permaneça matando os mosquitos por 40 dias ou mais. Pretende-se aumentar o número de voluntários do projeto e conseguir fomentos para que a armadilha possa ser distribuída em um número cada vez maior de residências. O projeto conta atualmente com a colaboração do Núcleo de Controle de Zoonoses de São João da Barra. Os resultados promissores já foram publicados em inúmeros periódicos de impacto, como Parasites & Vectors, Letters in Applied Microbiology, Biocontrol Science and Technology, atraindo inclusive a colaboração de institutos de pesquisas nacionais e internacionais. Ó Wall!!! FIM
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05 de JULHO de 2010
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