INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

OS MISTÉRIOS DE ANTÔNIO CARLOS BELCHIOR

Por: ROBERTO ALMEIDA - jornalista
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle, ou simplesmente Belchior, nasceu em Sobral, no interior do Ceará e na capital, Fortaleza, estudou medicina. Deixou o curso pela metade porque quando conheceu uma turma boa, que incluía Ednardo, Roger, Teti, Amelinha e Fagner, decidiu que seu negócio mesmo era música e arte. Virou compositor, cantor, artista plástico. Um dos seus primeiros sucessos foi “Paralelas”, na voz de Vanusa, uma cantora que surgiu no final da Jovem Guarda. Mais na frente outra grande intérprete da música popular brasileira, Elis Regina, consagrou definitivamente o nome do cearense na MPB. A Pimentinha, como era conhecida, incluiu no show e disco “Falso Brilhante” as músicas “Velha Roupa Colorida” e “Como Nossos Pais” e pelo menos esta segunda canção virou uma espécie de hino da juventude, conhecida por jovens de todas as gerações que vieram a seguir.
Em 2011, com Antônio Carlos Belchior já meio sumido, o apresentador Raul Gil fez uma homenagem ao cearense no seu programa. Apresentou o artista como compositor e algumas de suas principais músicas foram interpretadas por uma meninada de muito talento.
Enquanto passavam depoimentos na telinha, com amigos e admiradores homenageando o cantor, seus olhos marejaram várias vezes, sem que ele conseguisse disfarçar a emoção. Tempos depois dessa aparição no Raul Gil, Belchior começou a adotar o comportamento misterioso que foi notícia até no programa Fantástico. Foi se isolando cada vez mais, deixou de fazer shows, ficou sem pagar as contas por onde passou, até a primeira mulher e os filhos deixou pra trás. Um mistério. Mesmo as pessoas muito próximas dele não conseguem explicar suas atitudes. Nada disso, porém, apaga o legado de Belchior para a música popular brasileira. Letrista de mão cheia, poeta, filósofo e revolucionário. Os versos que criou resistem ao tempo, parecem ter sido inspirados nos dias atuais, como quando ele e Vanusa cantaram: "E no escritório em que eu trabalho e fico rico, quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor (Paralelas). E tem essa, que o humorista Chico Anísio confessou que gostaria de ter feito a composição, porque é a minha vida: "Eu era alegre como um rio/Um bicho, um bando de pardais/Como um galo, quando havia/Quando havia galos, noites e quintais". Belchior falava de paixões de um jeito todo seu: Meu bem o meu lugar/É onde você quer que ele seja/Não quero o que a cabeça pensa/Eu quero o que a alma deseja (Coração Selvagem). Algumas vezes o compositor era preciso como a lâmina de um punhal: "Como é perversa a juventude do meu coração, que só entende o que é cruel, o que é paixão."? O poeta tinha muitas inquietações: “Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos/Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais... (Como nossos pais). "Mesmo vivendo assim, não me esqueci de amar que o homem é pra mulher e o coração pra gente dar" (Fotografia 3 x4). Difícil, para ele, quanto para todos nós, suportar o dia a dia: "Eu não estou interessado em nenhuma teoria, nessas coisas do oriente, romances astrais, minha alucinação é suportar o dia-a-dia meu delírio é a experiência com coisas reais" (Alucinação). Olha aí o Belchior mais filosófico: “Deixando a profundidade de lado/Eu quero é ficar colado à pele dela noite dia/Fazendo tudo e de novo/Dizendo: Sim a paixão morando na filosofia/Eu quero gozar no seu céu/Pode ser no seu inferno/Viver a divina comédia humana/Onde nada é eterno (Divina Comédia Humana). No fundo mesmo, na essência, Antônio Carlos Belchior nunca deixou de ser apenas um rapaz latino americano, "sem dinheiro no banco, nascido no interior”. Ó Wall!!!

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