INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A presidenta e o atleta paraolímpico

Por: Reinaldo César Zanardi
Veja como são as coisas. Parte do Brasil não aceita a palavra presidenta, mesmo existindo na Língua Portuguesa há muito tempo. Essa mesma parte nem questiona (e muitos ainda não perceberam) que os atletas paraolímpicos brasileiros viraram atletas paraolímpicos e este termo não existe na Língua Portuguesa. A mudança ocorreu por determinação do Comitê Paraolímpico Brasileiro para se alinhar à nomenclatura usada em todo o mundo. Condenam a palavra presidente por raiva à Dilma e ao PT, mas usam a palavra paraolímpico sem questionamento algum. Nos dois casos, a atitude linguística está ancorada nas próprias crenças e também nos próprios preconceitos. Presidenta é coisa de gente vermelha, esquerdista. Paraolímpico é coisa de gente de status, vem de fora. Ah! se Nelson Rodrigues fosse vivo, perceberia que o complexo de vira-latas continua firme e forte. A atitude linguística tem os dois pés fincados na postura política e na ideologia. Isso mesmo! O uso de uma forma (variante linguística) em detrimento de outra revela uma postura política, que pode – ou não – ter relação com a política partidária. Assim, muitos dirão que somente o uso da palavra presidenta revela-se ideológico, o que não vale para paraolímpico. Ideológico é sempre o outro, certo? Errado. O que muitos não sabem é que a ideologia se materializa na linguagem, seja nas variantes estigmatizadas seja nas de prestígio, este conferido pela classe social de quem fala. Viva o linguista russo Mikhail Bakhtin que teve a sacada conceitual da ideologia materializada na linguagem. Essa materialização ocorre em todas as modalidades, não apenas na linguagem do outro. Isso vale para presidenta e paraolímpico. No entanto, quem não respeita a variante linguística alheia – e desqualifica-a – o faz por achar que a sua é melhor, mais bonita ou mais qualquer coisa. O preconceito revela-se no texto falado e no texto escrito. Isso mostra que a atitude linguística leva o falante a escolher como falar e esse como falar mostra muito de nós mesmos, independentemente de você querer ou não. Ó Wall!!!

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