Bom, segundo a Uol, em meio a uma tendência global de alta do dólar, o real já acumula em um ano a terceira maior desvalorização entre as moedas das principais economias do mundo –e é provável que a queda tenha de ser maior. Segundo dados do Banco Central, a moeda norte-americana teve elevação de 18,5% em relação à brasileira nos 12 meses encerrados na quarta-feira (18), bem acima da inflação doméstica no período. Em termos nominais, a taxa só fica abaixo das contabilizadas na Rússia, onde o rublo passou por um colapso no final de 2014, e na zona do euro, região mais fragilizada pela crise internacional. Os números mostram um avanço quase generalizado do dólar em relação às moedas dos países do G-20 –as economias que têm maior peso na produção global– e o tradicional franco suíço. Trata-se de mais um obstáculo para a recuperação da economia brasileira. Em quase todo o mundo rico, a desvalorização das moedas é uma ação proposital dos governos: países europeus, Japão e Canadá, entre outros, adotaram a medida para tornar seus produtos mais baratos, fortalecer as exportações e estimular a expansão da renda doméstica. No caso do real, as perdas foram intensificadas nas últimas semanas devido às incertezas do mercado local. Embora necessária aos objetivos da política econômica, a queda ainda produz mais problemas do que soluções. A equipe do ministro Joaquim Levy (Fazenda) precisa enfrentar três desafios mais imediatos: estancar as perdas do país nas transações de bens e serviços com o resto do mundo, reequilibrar o Orçamento e conter a inflação. A desvalorização cambial é o único remédio de resultados rápidos para a primeira mazela, mas tem o efeito colateral de dificultar as duas outras tarefas. Quando o dólar sobe, os produtos nacionais, cujos custos são medidos em reais, ficam mais baratos no exterior, estimulando as exportações; do outro lado da balança comercial, as compras de mercadorias estrangeiras ficam mais caras. No entanto, a despeito do baque sofrido pela moeda brasileira, o deficit nas transações com o exterior se agravou: passou de US$ 81,1 bilhões, em 2013, para US$ 90,9 bilhões no ano passado. O potencial impacto positivo do câmbio no comércio exterior tende a ser comprometido pela desvalorização das moedas de outros países –fenômeno que ganhou o nome de “guerra cambial” nos últimos anos. O Brasil sofre ainda com a queda dos preços internacionais das matérias-primas, estratégicas na pauta nacional de exportações. Produtos primários agrícolas e minerais viveram uma era de preços recordes até o início do governo Dilma Rousseff, quando o dólar se aproximou de R$ 1,50. Com a reversão desse ciclo, a moeda norte-americana passou dos R$ 2,80 e, na projeção central do mercado, chegará a R$ 2,90 até dezembro –embora sejam cada vez mais comuns previsões de cotações acima dos R$ 3. Como consequência, os produtos importados mais caros pressionarão a inflação; para conter os preços, o Banco Central terá de manter os juros acima dos patamares do ano passado, aumentando os encargos da dívida pública. Ó Wall!!!
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05 de JULHO de 2010
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