Foi numa dessa viagens, quando eu retornava do sertão paraibano, mas precisamente quando já chegava à capital paraibana, ocasião em que trafegava pela BR 230, pela conhecida grande reta do planalto do Município de Santa Rita, que tive a grata satisfação e a felicidade de visualizar um dos mais belos pôr do sol que meus pobres olhos mortais já puderam contemplar. Ao olhar para o lado esquerdo, percebi que o verde do imenso canavial lentamente transmudava-se para um tom escuro, avisando que a noite estava próxima. Por cima daquele canavial, lá no horizonte, não muito distante, mas que alcançava talvez as terras da Serra da Borborema, uma enorme nuvem, abaixo dela um céu dourado, refletindo um fogo da esperança, decorrente do sol que se fazia esconder-se por trás dela, a imensa nuvem. Logo acima, o céu mostrava-se num azul escuro, inclinando-se para cinza, como se já anunciasse o crepúsculo. A minha visão se encantaria ainda mais, pois bem acima da nuvem, o céu de azul/cinzento começou a ser cortado, dividido pelo rastro de uma longa lista branca proveniente da fumaça emitida pelas turbinas de um avião anônimo. Fiquei a contemplar aquela cena, em solilóquio, conversei com meu íntimo, indagando: lá em cima um avião, quantas vidas, quantas tristezas, alegrias e sonhos são levados por aquele vôo? A verdade é que sua passagem pelo céu crepuscular deu um toque ainda mais precioso ao cenário. Não contei conversa. Rapidamente peguei minha fotográfica, a posicionei e consegui flagrar um dos mais exuberantes crepúsculos, por mim visualizados. Eu vinha de longe, há dois dias rodava o Estado da Paraíba, realizando auditagens nas Comarcas do alto sertão, vinha de Bonito de Santa Fé, o cansaço me dominava, mas a natureza mais uma vez se fez presente para com uma paisagem tão divina, suavizar o meu estresse. Fiz a foto, agradeci a Deus e guardo-a comigo até hoje".
( Onaldo Queiroga - Juiz de Direito ) Ó Wall!!!
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