Continuando com a Fonte: Naufrago da Utopia. Mostrou os grandes personagens do drama bíblico como prisioneiros da História, relutantes em cumprir sua sina, mas impotentes para dela escaparem. Assim, Jesus não quer o cálice do martírio, mas se submete à vontade divina, pedindo, contudo, a Deus que faça tudo acontecer rapidamente, antes que ele mude de ideia. Judas não quer trair, mas teme que Cristo tenha perdido o controle da multidão e dê aos romanos motivos para promoverem um banho de sangue. Pilatos não vê crime a ser punido, mas recua quando o povaréu lhe urra que acima dele está César e a tibieza poderá acarretar sua desgraça. O sumo-sacerdote Caifás teme o caos que, na sua opinião, advirá se a autoridade religiosa for abalada. Só Herodes, mostrado como um frívolo hedonista, não age a contragosto e optando pelo que seria um mal menor. Foi um achado a solução encontrada pelo brilhante cineasta Norman Jewison (o diretor de A mesa do diabo, No calor da noite e Hurricane): encenar seu drama nas ruínas e desertos de Israel. Estava bem no espírito da era hippie, tendo tudo a ver. E, num elenco de desconhecidos que não destoaram, o destaque absoluto é o enérgico e carismático Carl Anderson como Judas. Aliás, Jewison foi indagado sobre o motivo da escolha de um negro para papel tão melindroso. Respondeu que se tratava do personagem com maiores exigências dramáticas, daí ter optado pelo melhor ator de que dispunha, sem dar a mínima para sua cor. O Wall!! FIM
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05 de JULHO de 2010
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