INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Fervorosa

...Eram quase dez horas da noite e Álvaro sabia que Rose chegaria a qualquer momento. Os dois garotos estavam deitados no sofá, espalhados. Ele estava sentado no único espaço que havia sobrado. Assistiam a um filme com cenas de sexo e violência, sabiam que a mãe não aprovaria. Estavam há pouco concentrados em uma cena de sexo selvagem entre os protagonistas, mas agora só havia tiros e sangue jorrando na tela. Álvaro pouco olhava para a TV, e sentiu que Rose se aproximava da porta. Droga. Sempre no meio do filme. Ouvindo o destrancar da porta os garotos se ajeitaram no sofá, mas não dava mais tempo de trocar o canal. Oi mãe. Sim, já fizemos o dever. Sim, já tomamos banho. Sim, já jantamos. A mãe parou em frente à TV para ver o que estavam assistindo. Meteu o dedo no botão e desligou o aparelho. Já para a cama! Já disse que não quero filme de violência dentro dessa casa. Álvaro nada podia fazer. Em outras ocasiões ele poderia procurar outra casa onde estivessem assistindo ao mesmo filme. Mas este não valia o esforço. Os garotos escovaram os dentes e foram para a cama, sem dizer uma palavra. Dez minutos depois de Rose chegar não se ouvia nenhum ruído na casa. Ela seguia sua rotina de todo dia e Álvaro a acompanhava em todos os passos. Na cozinha um copo de água, uma olhadela nas panelas, restos para o lixo ou para a geladeira. Uma passada no quarto dos garotos para conferir se já estão dormindo. Outra olhadela na sala para verificar se tudo está em ordem. Enfim, em casa. No quarto, depois de trancar a porta, Rose tirava seu uniforme de trabalho. Cada peça despida era dobrada e colocada sobre a cômoda, cuidadosamente. O grande momento, que Álvaro esperava todo dia, era quando Rose terminava de colocar sua blusa sobre a cômoda e começava a desabotoar a saia. Ele se transformava. Gritava, ululava e dançava ao redor dela. Dava vivas, rodopiava e fazia reverências à Rose, tamanha era sua alegria. Álvaro considerava a saia como o símbolo de toda a fervorosidade religiosa de Rose, e, assim, quando ela tirava a saia, estaria tirando de se tudo aquilo que ele não aprovava. Nem mesmo quando ela ficava inteiramente nua ele ficava tão extasiado. Ela, sem saber de nada, continuava a se despir, tirando cuidadosamente cada peça, dobrando e colocando sobre a cômoda. Depois de ficar nua, ela então vestia o roupão e seguia para o banheiro. Ele, como sempre, estava um passo atrás. Rose era uma moça bonita, mas escondia sua beleza atrás de saias compridas e roupas largas. Também não usava maquiagem e aparentava ser muito mais velha do que realmente era. Álvaro, que a conhecia melhor do que ninguém, achava tudo aquilo um desperdício. Imaginava a moça em vestidos curtos, justos e decotados, usando maquiagem e sapatos de salto alto. Mas, para seu desespero, ela fazia exatamente o contrário e completava seu visual com um acessório que ele detestava: uma bíblia à tira-colo. Esta noite, como em toda sexta-feira, Rose passaria um bom tempo na banheira. Era a chance semanal de Álvaro, o único momento em toda a semana em que os dois passariam algum tempo juntos. Na banheira, a sós, no silêncio da noite, Álvaro acreditava que suas investidas poderiam surtir algum efeito. Rose encheu calmamente a banheira, medindo a quantidade de água fria e quente. Tirou da bolsa um frasco e jogou na água um pequeno fio de um líquido azul. O cheiro do perfume se espalhou pelo banheiro. Álvaro sorriu, animando-se com a novidade. Ela entrou vagarosamente na banheira. Pôs uma toalha enrolada atrás do pescoço e deitou a cabeça sobre ela. Fechou os olhos e deixou o corpo imergir devagar na água quente. Álvaro, claro, entrou junto com ela na banheira, colocando-se de frente. Enfim chegou o momento pelo qual Álvaro esperou por tanto tempo. Em noites anteriores já havia tentado falar, dialogar e gritar, sem sucesso. Tentou também reproduzir vozes, sons, palavrões e infinitas outras coisas na mente de Rose, sem nenhum sinal de sua contraparte. Porém, nesta semana, ele repetiria uma técnica que teve algum resultado na última tentativa, mas que ele não teve tempo de executar de forma satisfatória. Álvaro começou a imaginar uma cena de amor entre ele e Rose. Começou por se imaginar tocando o braço dela, acariciando sua pele, subindo até o pescoço, um abraço, um beijo ardente. Ele colocava toda sua força no pensamento e imaginava as cenas mais excitantes que pudesse conceber. Neste momento, um arrepio subiu pelo corpo de Rose. Quando Álvaro percebeu que algo estava acontecendo, imaginou cenas ainda mais tórridas. Imaginou posições do Kama Sutra, os sons e os cheiros do sexo, as sensações de beijos, carícias e mordidas pelo corpo. Rose trouxe uma das mãos para junto do corpo e tocou um dos seios, respirou fundo. Álvaro mal conseguia acreditar no que via. Ele continuou com seus pensamentos, agora cada vez mais explícito: a sensação da felação, de corpos se tocando, do gosto e do cheiro de uma mulher excitada. Rose levou uma das mãos à parte interna da coxa, e começou a acariciar seu corpo por entre as pernas. Álvaro não conseguia se conter. Rose respirava rápida e profundamente, e erguia seu corpo para frente e para trás, suas mãos trabalhando. Seus gemidos se misturavam com o barulho da água que caía da banheira com a agitação. Álvaro arregalou os olhos, não precisava mais pensar sacanagens e não conseguia tirar os olhos de Rose, que libertava toda a fúria e o desejo que estavam reprimidos em seu corpo. Então, no ápice dos gemidos e do calor, Rose se contorceu, erguendo seu corpo para fora da água e soltando um grunido de prazer. O corpo estremeceu e se soltou na banheira em seguida. Álvaro, que observou espantado toda a cena, ficou imóvel, pasmo. Depois de alguns segundos, ainda não acreditando no que havia presenciado, soltou uma sonora gargalhada. Eu disse que ia ser gostosa, sua malandrinha! Eu disse pra você! Rose abriu os olhos e esperou que sua respiração voltasse ao normal. Olhou para o chão molhado à sua volta enquanto se levantava da banheira. Vestiu o roupão, abriu a porta e deu uma espiada para fora. Tudo quieto. Não, ninguém havia percebido. Suspirou. Fechou a porta, tirou de novo o roupão e voltou para a banheira. Álvaro fitou os dedos de Rose sob a água, que procuravam o mesmo lugar entre as pernas. Preparou a mente para relembrar outras sacanagens e outras sensações de prazer. Havia conseguido finalmente o que queria. Soltou uma nova gargalhada, em êxtase. Esta noite vai ser longa, minha querida! Eu sabia! E vai ser uma noite deliciosa! Ah, se vai! Vamos aproveitar sua safada! Ó Wal!!!

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