INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

AS LIÇÕES DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA - 4ª Parte

Por: Paulo Moreira Leite. Continuando...
Quem deu a boa lição foi Chico e isso não surpreende, para quem já assistiu “Chico: um artista brasileiro”. Não vou lembrar, aqui, as inúmeras passagens maravilhosas e diversas cenas pouco conhecidas da biografia de Chico Buarque. Só isso já vale o filme – mas o documentário tem mais. Tem ideias, reflexões. Fico na principal, que tem a ver com o Brasil de hoje. Num depoimento sobre um país envolvido com um ambiente de desencanto e inconformismo com a economia, a política, a cultura, Chico Buarque formula uma visão indispensável. Diz que a situação “piorou porque melhorou”. Você entendeu: as mudanças e progressos ocorridos num período recente, quando as maiorias conquistaram direitos e garantias impensáveis em qualquer época, mudaram o país de alto abaixo. Mas essas mudanças trouxeram contrapartidas que, do ponto de vista de quem já se encontrava do outro lado da nossa imensa avenida social, nem sempre são confortáveis, muito menos bem vindas. Muitas podiam ser corretas, mas sequer ocorreram como se tinha imaginado. E agora? pergunta o filme. Falando dos anos de sua juventude, em boas escolas, numa família com vida confortável, Chico responde. Lembra da bossa nova, dizendo que, para seu gosto pessoal, era uma música muito mais agradável do que a fase atual da música brasileira. Admite, contudo, que fala de um ponto de vista de uma determinada elite, com uma certa formação e hábitos próprios de quem habita determinados patamares da pirâmide social. Deixa claro, com sinceridade, que prefere viver num país onde todos possam expressar a música a seu gosto e a seu estilo – mesmo que isso não seja o mais agradável a seus ouvidos. Essa é a opção. Você sai do cinema convencido de que, como a maioria das pessoas, Chico tem muitas críticas ao que ocorre no país de hoje. Nem por isso, contudo, perdeu as referências de sua história nem os valores que nos ensinou a preservar – mesmo quando eram impronunciáveis e até malditos. Essa é sua força, seu lugar. Recusa-se a negociar princípios democráticos em nome do gosto pessoal. Ó Wall!!! FIM

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