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quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Conversa com Chico Xavier
...Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto ao coração, as luzes do próprio grupo familiar.
Pensa naqueles que te preservaram, quando jovens, a existência frágil, nos panos do berço. Naqueles que atravessaram noites em claro, simplesmente para te velar o sono febril. Reflete nos que te equilibraram os primeiros passos, enquanto tentavas andar sozinho. Todas as vezes que caíste, eles te ergueram, sem reclamar de dores nas costas, por terem que se agachar quase até o chão, porque eras tão pequenino...
Recorda os que te afagaram os sonhos da meninice, que sorriram com as tuas primeiras conquistas, que sempre estiveram presentes nas festas de aniversário, nos encerramentos escolares, nas peças de teatro em que figuravas. Quando chegavas em casa tristonho, insatisfeito com o resultado da disputa do jogo de futebol entre colegas, sempre tiveram uma palavra de consolo e um colo amigo. Já que eles atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinaram a valorizar os tesouros do tempo. Medita nas dificuldades que terão vencido para serem quem são. Também foram adolescentes, jovens. Tiveram sonhos... Pensa no suor que lhes alterou as linhas da face. Suor das tantas tarefas profissionais e no lar. Tantas tarefas para que não te faltasse o teto, o pão, o abrigo e o carinho. Pensa nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos. Muitas delas ocasionadas por tua rebeldia de criança que teimava em não amadurecer. Quando, hoje, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência. Não estarão te ferindo. Provavelmente estão murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são tão especialmente queridos. Ama e respeita os companheiros idosos! Eles são as vigas que te escoram o teto da experiência para seres o que és. Auxilia os idosos, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia-a-dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam no mundo, a hora do entardecer. Todas as escolas religiosas trazem, em seus ensinos, relações profundas com o entendimento da vida após a vida.
É natural que assim seja pois são as religiões, nos seus mais variados matizes, a bússola e o amparo para as coisas que transcendem as explicações da ciência e da razão. Assim, naturalmente, desejamos a conquista da felicidade após a conclusão desta vida, segundo esse ou aquele preceito. Se o Paraíso ou Nirvana, ou qual seja a denominação que lhe damos, é o destino daqueles que bem se conduzirem aqui, buscamos referências de como agir e proceder para que a felicidade seja o destino final.
Nesse afã e na preocupação com a felicidade futura, imaginamos que a construção dela se fará pelas ações externas, pela ritualística ou pela aparência. Esquecemos que nada que se faça exteriormente terá sentido se não tiver sua origem na nossa intimidade. O significado e o valor das ações externas estão diretamente ligados ao sentimento com que as impregnamos. Assim, de nada valem orações, ritos, promessas e pactos, se não nascem na intimidade de nossa alma. Dessa forma, pode-se entender que o reino dos céus, que o paraíso e a felicidade futura são construção íntima de cada criatura e que, inevitavelmente, se exteriorizará na vida após a morte. Se temos a preocupação de sermos felizes mais além, que comecemos hoje a implementar essa felicidade, nas matrizes de nossa alma. Para tanto, a conquista da consciência tranquila, resultado do dever retamente cumprido, dos compromissos bem conduzidos, dos objetivos delineados com acerto, é, certamente, a melhor referência. Buscando a retidão interna, pautada em valores nobres que todos trazemos latentes na alma, vamos construindo o paraíso que anelamos. Dessa forma, quebramos a ilusão de que o reino dos céus, poeticamente ilustrado e exemplificado por Jesus, seja um lugar físico ou um destino a se chegar. De maneira alguma chegaremos externamente à felicidade, por se tratar de construção íntima. Assim, não planejemos chegar ao Reino dos Céus, ao Paraíso ou ao Nirvana. Iniciemos hoje a construção dessa tão desejada felicidade. E, quando a tivermos em nossa intimidade, onde quer que nos encontremos, ali será o nosso céu bendito, conquista da alma em direção às coisas de Deus.
Ó Wal !!!
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