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quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Máquina de fazer jabá
Conheci um fazendeiro
No sertão do Seridó
Rico de terra e dinheiro
Doido por gado e forró
Chamado João de Luzia
Casado com Dona Lia
Com quem vivia contente
Sua esposa querida
Que no decorrer da vida
Lhe deu um filho somente.
O casal se perguntava
Com pensamento ladino
Porque é que tanto tentava
E não nascia outro menino
Então criavam Joãosinho
Que já estava rapazinho
Perto da maior idade
Rapaz de boa aparência
Mas fraco de intelgência
Pobre de capacidade.
Joãosinho era um meninão
Vivia chupando o dedo
Tinha medo de trovão
Ia dormir logo cedo
Não montava num cavalo
Não entrava no embalo
Dos jovens da região
Tudo quanto ele tentava
fazer não se adaptava
Era uma decepção.
O pai se preocupava
Com o futuro do filho
Que não administrava
Nem uma roça de milho
Certa feita viajou
Pra São Paulo e retornou
Com uma máquina possante
Que adquiriu por lá
Para fabricar jabá
De maneira interessante.
Quando chegou sem demora
Disse: "Joãosinho vem cá
Que eu vou lhe ensinar agora
Como é que se faz jabá
Você coloca o jumento
Naquele compartimento
Aperta nesse botão
Que ali do outro lado
Já sai tudo separado
Com a maior perfeição.
Naquela boca acolá
A carne já sai salgada
Pronta para viajar
Pesada e empacotada
E ali daquele lado
Que tem um cano encarnado
Com uma ponta comprida
Sai linguiça só da boa
Pronta pra qualquer pessoa
Compar e ser consumida."
Depois de tudo entender
Joãosinho olhou para João
E foi dizendo: "Paiê,
E mudando a posição
Botando o jumento lá
Vindo pro lado de cá
Aqui pro compartimento
Apertando no botão
E prestando bem atenão
Será que sai um jumento?"
Menino! Quando João escutou isso
Pegou um ar desgraçado
Disse: "Lata de feitiço,
Analfabeto, tapado
O único lugar que eu sei
Porque eu observei
Que um jumento saiu
Foi da véia tua mãe
Olha no espelho o tamanho
Do jegue que ela pariu!"
Joãosinho inda preparou-se
Pra outra pergunta fazer
Mas o seu pai arredou-se
Começou a lhe bater
com um galho de caatingueira
Joãsinho saiu na carreira
Sem rumo ou intinerário
O pai de velho morreu
E Joãosinho não aprendeu
Operar o máquinário.
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ESTE POEMA É DE AMAZAN, GRAVADO NA VOZ DO POETA J. SOUSA. Ó Wal!!!!
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