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05 de JULHO de 2010
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domingo, 16 de setembro de 2012
Lembrança da minha infância
“Há um passado no meu presente, um sol bem quente lá no meu quintal, toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão…” Assim dizia a música de Milton Nascimento, assim diz a habilidade que temos de voltar alguns anos na memória, a proeza de relembrar dias que se foram ou que ainda vão.Lembrar as diabruras da infância nos faz sorrir, chorar, nos faz sentir saudades… às vezes sentir saudades nos faz bem, pois quando a gente sente saudade é porque gostou de verdade. Minha infância foi bem simples, sem muitos recursos financeiros, em compensação vivi intensamente cada momento, cada brincadeira, cada amizade.. tinha muitas amigas e juntas vivemos grandes aventuras… Bem, não eram lá grandes aventuras, mas eram especiais para a idade que tínhamos. Agente brincava de gente grande, de mãe, bailarina e professora. Tomava banho na chuva até ficar roxa de frio, tomava banho de rio. A despreocupação da infância fazia com que a terra, a cada dia, amanhecesse vestida de todas as cores e a brisa fria da manhã nos levava a tocar nas flores pequeninas e intensamente perfumadas, os bogaris que cresciam nos jardins das casas alheias, aqueles mesmos que a gente pegava escondido, pra dona da casa não reclamar. As muradas das casas eram baixinhas e se chamavam balaustrada, nome estranho para os dias atuais. A gente fazia “casinhas” debaixo dos pés de figo e algumas amigas levavam as suas “calungas”, bonequinhas compradas na feira, lindas, por sinal. Tinha também as pequeninas que tomavam “ponche” e comiam os “guizados” preparados por nós. As brincadeiras livres aconteciam sempre à noite, “baleada”, esconde-esconde, “tá frio tá quente”, “onde está a Margarida?”, pedrinha (essa eu adorava) e brincadeiras de roda, sem falar na contação de estórias (sempre mal-assombradas) e passagens fortuitas aos lugares mais distantes da minha casa e mais bizarros da cidade, como a Igreja do Rosário e uma casa abandonada(Josué Pedrosa) localizada perto da prefeitura. Lá, diziam, tinha muitas “almas” que pediam pra sair, pois estavam presas… que medo! Mas, quando o dia amanhecia, a gente esquecia papa-fígado e ia pra escola. Quando chegava ia brincar com a TV, tentando assitir a programação do dia. A Globo só “entrava no ar” depois das 16h e a imagem era péssima, além de preto e branco. Algumas pessoas compravam um tipo de tela colorida (azul) e colocavam em suas TVs… era moda! Mas ruim mesmo era quando, no final da novela, que a gente acompanhava desde o começo, a globo não “entrava”… era um desgosto total, eu até chorava! No entanto, tinha sempre uma casa onde a antena era mais potente e a gente disputava uma brechinha pra ver com quem ia terminar a mocinha… O inverno, nesse tempo, era bem mais demorado… como posso esquecer o cheirinho de “chuva nova”? Eu adorava quando a terra molhada dava o ar de sua graça, quando os pingos mais leves tamborilavam nas telhas de barro e embalavam as noites do inverno sertanejo. Os açudes enchiam e fazia a alegria da molecada, tinha feijão verde, coentro, queijo de coalho fresquinho, milho “embonecado”, maxixe e coalhada de sobra … a Semana Santa estava garantida. São tantas as lembranças de infância, umas boas, outras nem tanto, pois as dificuldades sempre estiveram presentes e os problemas sempre existiram. Mas, um chá de passado pode curar qualquer resfriado de tristeza, de vazio, de saudade… e os problemas? Bem, os problemas, como já dizia uma velha canção “Em Niterói, Tijuca ou Londres todo mundo sempre tem…” “Há um passado no meu presente, um sol bem quente lá no meu quintal, toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão…” Assim dizia a música de Milton Nascimento, assim diz a habilidade que temos de voltar alguns anos na memória, a proeza de relembrar dias que se foram ou que ainda vão.Lembrar as diabruras da infância nos faz sorrir, chorar, nos faz sentir saudades… às vezes sentir saudades nos faz bem, pois quando a gente sente saudade é porque gostou de verdade. Minha infância foi bem simples, sem muitos recursos financeiros, em compensação vivi intensamente cada momento, cada brincadeira, cada amizade.. tinha muitas amigas e juntas vivemos grandes aventuras… Bem, não eram lá grandes aventuras, mas eram especiais para a idade que tínhamos. Agente brincava de gente grande, de mãe, bailarina e professora. Tomava banho na chuva até ficar roxa de frio, tomava banho de rio. A despreocupação da infância fazia com que a terra, a cada dia, amanhecesse vestida de todas as cores e a brisa fria da manhã nos levava a tocar nas flores pequeninas e intensamente perfumadas, os bogaris que cresciam nos jardins das casas alheias, aqueles mesmos que a gente pegava escondido, pra dona da casa não reclamar. As muradas das casas eram baixinhas e se chamavam balaustrada, nome estranho para os dias atuais. A gente fazia “casinhas” debaixo dos pés de figo e algumas amigas levavam as suas “calungas”, bonequinhas compradas na feira, lindas, por sinal. Tinha também as pequeninas que tomavam “ponche” e comiam os “guizados” preparados por nós. As brincadeiras livres aconteciam sempre à noite, “baleada”, esconde-esconde, “tá frio tá quente”, “onde está a Margarida?”, pedrinha (essa eu adorava) e brincadeiras de roda, sem falar na contação de estórias (sempre mal-assombradas) e passagens fortuitas aos lugares mais distantes da minha casa e mais bizarros da cidade, como a Igreja do Rosário e uma casa abandonada(Josué Pedrosa) localizada perto da prefeitura. Lá, diziam, tinha muitas “almas” que pediam pra sair, pois estavam presas… que medo! Mas, quando o dia amanhecia, a gente esquecia papa-fígado e ia pra escola. Quando chegava ia brincar com a TV, tentando assitir a programação do dia. A Globo só “entrava no ar” depois das 16h e a imagem era péssima, além de preto e branco. Algumas pessoas compravam um tipo de tela colorida (azul) e colocavam em suas TVs… era moda! Mas ruim mesmo era quando, no final da novela, que a gente acompanhava desde o começo, a globo não “entrava”… era um desgosto total, eu até chorava! No entanto, tinha sempre uma casa onde a antena era mais potente e a gente disputava uma brechinha pra ver com quem ia terminar a mocinha… O inverno, nesse tempo, era bem mais demorado… como posso esquecer o cheirinho de “chuva nova”? Eu adorava quando a terra molhada dava o ar de sua graça, quando os pingos mais leves tamborilavam nas telhas de barro e embalavam as noites do inverno sertanejo. Os açudes enchiam e fazia a alegria da molecada, tinha feijão verde, coentro, queijo de coalho fresquinho, milho “embonecado”, maxixe e coalhada de sobra … a Semana Santa estava garantida. São tantas as lembranças de infância, umas boas, outras nem tanto, pois as dificuldades sempre estiveram presentes e os problemas sempre existiram. Mas, um chá de passado pode curar qualquer resfriado de tristeza, de vazio, de saudade… e os problemas? Bem, os problemas, como já dizia uma velha canção “Em Niterói, Tijuca ou Londres todo mundo sempre tem…” Afinal pertenço aos anos setenta!!! Ó WAL!!!
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