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05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Obesos tiram a roupa para questionar padrões de beleza

Bom, segundo a UOL, pelos padrões de beleza atuais, corpos bonitos são magros. Na TV, nas revistas ou passarelas, a magreza ainda é a imagem dominante. Porém, essa hegemonia tem sido quebrada com o surgimento de movimentos que valorizam a diversidade corporal, como alguns projetos fotográficos na internet. No “The Adipositivity Project” (projeto adipositividade, em tradução livre), da fotógrafa norte-americana Substantia Jones, já foram retratadas centenas de pessoas obesas nuas. A proposta, que existe desde 2007, segundo a autora, consiste em promover a aceitação da variabilidade corporal e uma reflexão acerca do que ela chama de indústria do emagrecimento. Substantia acredita que, vendo cada vez mais esses diferentes corpos, as pessoas possam modificar seu conceito de beleza. “Observei que aquilo que achamos visualmente desagradável pode ser alterado se houver uma exposição positiva repetidamente”, diz. A percepção negativa que se tem das imagens de pessoas acima do peso considerado adequado pela maioria vem de estereótipos. A psicóloga Lucia Marques Stenzel, professora da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, RS), explica que o corpo obeso é associado à falta de cuidado. “Na sociedade contemporânea, essas pessoas são vistas como preguiçosas, sem força de vontade para manter a magreza”, diz Lucia, também autora do livro “Obesidade – O Peso da Exclusão” (Edipucrs). Para a psicóloga, o problema, muitas vezes, é reforçado pelos profissionais de saúde, que concentram os tratamentos para obesidade apenas no esforço individual e, em alguns casos, não dissociam o peso da estética. “Nem sempre ser saudável está relacionado a uma imagem que traçamos como sendo saudável”, afirma.
Pouca exposição - Na opinião de Substantia Jones, o preconceito contra as pessoas fora de padrão e a dificuldade de aceitação do próprio corpo estão fortemente relacionados à falta de exposição nos meios de comunicação. “Exemplos de pessoas gordas retratadas de forma positiva aparecem muito pouco”, diz. Também costumam ser frequentes os comentários negativos para quem está acima do peso. “Não sabemos lidar com as diferenças. É como se tivéssemos sempre de ter o mesmo padrão de comportamento, beleza e peso”, afirma a psicóloga Luciana Kotaka, especialista em obesidade e transtornos alimentares, membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).
Para Luciana, os veículos de comunicação influenciam, mas não podem ser vistos como únicos culpados pelo estigma, decorrente de transformações sociais e culturais. “Já houve uma época em que estar acima do peso era visto como sinal de saúde e beleza. Hoje, estamos vivendo o extremo oposto”. Depois de observar o olhar de um estranho, que parecia reprovador, em uma foto que tirou de si mesma na Times Square, região central de Nova York (EUA), a fotógrafa Haley Morris-Cafiero iniciou o projeto “Wait Watchers” (traduzindo: esperem vigilantes. Um trocadilho em inglês com “Weight Watchers”, que significa Vigilantes do Peso). Nesse trabalho, Haley retrata o olhar dos outros em relação a ela, enquanto passeia ou faz atividades rotineiras, com uma câmera com um dispostivo automático (para que ela possa aparecer na imagem).
“Qualquer um que estiver fora dos padrões ‘normais’ de beleza, sofre. Não é somente o corpo. As pessoas querem que você use as roupas certas, a maquiagem certa etc.”, diz Haley. Para a fotógrafa, que recebeu várias críticas e e-mails, inclusive dizendo que ela era feia demais para sair de casa, as pessoas se baseiam no que veem todos dias e, nesse aspecto, considera a mídia muito homogênea. “Está melhorando em termos de raça e gênero, mas é preciso mais no que diz respeito ao peso”, defende.
Visibilidade e aceitação - “Esses corpos são invisíveis. Quando há um estigma na sociedade, a gente esconde”, diz a psicóloga Lucia Stenzel. Na opinião dela, o mérito de trabalhos como o “The Adipositivity Project” é justamente promover maior visibilidade e reconhecimento à diversidade de formas. A repulsa da sociedade e o preconceito agravam o problema da obesidade. Segundo Luciana Kotaka, isso faz com que as pessoas sofram ainda mais com baixa autoestima, sensação de impotência, depressão e isolamento. “Quando assumimos e fazemos as pazes com o corpo que temos, fica mais fácil mudar da forma correta, sem pressa e sem usar nenhum artifício que possa comprometer o bem-estar”, diz.
Aumentar a visibilidade das variadas formas corporais não significa vangloriar o sobrepeso e a obesidade, que comprovadamente trazem prejuízos à saúde, mas não são os únicos indicadores de uma vida saudável. “Não estou glorificando nenhum tipo de corpo ou tamanho. Estou glorificando a autoaceitação, o amor ao próprio corpo e, sobretudo, o bem-estar”, afirma a fotógrafa Substantia Jones.
Já Haley gostaria que suas fotos fizessem as pessoas refletirem sobre o quanto o nosso olhar é capaz de afetar o outro. “Mesmo se não temos a intenção de sermos maldosos, nosso olhar pode deixar uma marca que não se apaga”, explica. Ó Wall!!!!


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