Por: Reinaldo César Zanardi
A turba da internet ficou agitada por conta do casal Aladim e Jasmine. O Aladim é o artista de teatro Fernando Bustamante e Jasmine, sua mulher Cynthia. O casal fantasiou o filho de Abu, o personagem macaco. Mateus, 2 anos, nasceu de um processo de adoção do casal, que vive em Belo Horizonte. A foto feita no Carnaval de rua na capital mineira correu a internet. O casal foi acusado de racismo. A foto que viralizou não identificava Fernando nem Cynthia, mas com a repercussão do episódio, ele apareceu e explicou, em sua conta no Facebook, o ocorrido. Ao Jornal Extra, o artista disse:
__O Abu é o melhor amigo do Aladim, o confidente e companheiro dele. O Mateus é isso para mim. A escolha foi por isso e não por ser um macaco. Poderia ser qualquer animal, um pássaro... Não pensamos em outra coisa. A fantasia fazia parte do acervo do nosso trabalho.
Independentemente da intenção e da explicação de Fernando, a repercussão do caso tratou de rotular o casal de preconceituoso, racista, entre outros adjetivos. Houve quem ameaçasse bater no pai do Mateus.
Na outra ponta - sim! a rede é bipolar - houve quem desqualificasse o politicamente correto, isentando os pais e atacando os que enxergaram racismo no caso. Para esses, "o racismo está nos olhos de quem vê", como se uma mera questão de visão. Esses episódios são didáticos porque revelam como a própria sociedade brasileira enfrenta o racismo. Enquanto há quem veja racismo em tudo, há quem veja racismo em nada, mas o fato é que o racismo está vivo e causa muito mal. Os racistas fazem parte da sociedade brasileira e a reação a eles não é homogênea. Um exemplo vem do futebol. O goleiro Aranha parou uma partida, em Porto Alegre, para denunciar o racismo da torcida adversária.Para Pelé, o melhor é não falar sobre o assunto porque “quanto mais se falar, mais vai ter racismo”. O casal da foto é racista ou não? Particularmente, analisando o contexto, não o vejo como racistas, mas se muitos se ofenderam com a imagem é porque o racismo está vivo e a imagem fez sentido negativo para esses. Rotas corrigidas, o fato é que os excessos no combate ao racismo ainda são melhores que a condescendência com os racistas, a pretexto de uma democracia racial que não existe. Ó Wall!!!
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Excesso ou condescendência?
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