Por: Reinaldo César Zanardi
"A vítima não resistiu aos ferimentos e foi a óbito no local." É comum no jornalismo, a expressão acima: foi a óbito. Um termo técnico muito usado também por profissionais da saúde. Neste contexto, o termo é interessante porque ameniza a informação aos parentes do falecido. Aliás, falecido também é uma palavra usada por profissionais da saúde para amenizar o significado da palavra morto. Estilisticamente, as palavras têm significados que variam conforme o seu uso. Por exemplo, casa, moradia, lar, habitação. Conforme o contexto, o uso da palavra muda e também muda o seu sentido, indo de algo mais aconchegante, como lar, até o excessivamente técnico moradia. Jornalisticamente, o termo "foi a óbito" pode ser substituído pelo verbo no passado "morreu". Em nenhum momento, a palavra agrediria familiares e amigos que lessem que a alguém próximo morreu. O espanto, neste caso, se dá pela própria morte em si e não pelo verbo que a representa. Além disso, "morreu" lembra uma ação externa, independente da vontade de quem partiu desta para melhor (ou pior). Já a expressão "foi a óbito" não parece que o falecido foi caminhando, por vontade própria, para o encontro da morte? Pois é... coisas da língua portuguesa. Ó Wall!!!!
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05 de JULHO de 2010
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