Por: ROBERTO ALMEIDA - jornalista. Continuando...
No dia 17 de junho, pela manhã, chegou o maqueiro para me buscar e eu já estava pronto, com a bata que eles fornecem, que vesti com ajuda de Tiago e de Lucimar. Na hora de sair, Tiago, desmoronou com seu 1,85 m e chorou feito uma criança. Fiquei de coração partido vendo o meu filho ali, na minha frente, triste, desesperado, com medo de perder o pai que tanto lhe ama. Sereno, disse a ele que ficasse tranquilo, “ia dar tudo certo”, e logo estaríamos nos vendo de novo. “Confie em Deus”, recomendei e repeti o que vivia dizendo a Vitória, que o “lá de cima” iria me ajudar outra vez. Nunca, nem se eu viver 500 anos esquecerei dois momentos protagonizados por Tiago no HR. Quando ele chorou na minha frente, quando iam me levar para a sala de cirurgia e quando, dias antes, num gesto de solidariedade atendeu o pedido de uma mulher para levar o seu marido – o paciente – até o banheiro. Ele pegou o homem já idoso e colocou nos braços, como se fosse uma criança. E levou do leito, que ficava num extremo da sala, até o banheiro, do outro lado, deixando-o sentado na bacia sanitária. Quando Terezinha voltou para substituir Tiago, que precisava retornar para Garanhuns, pois tem seu emprego numa fundação estadual, a mulher ainda agradecia o gesto do meu filho e o cobria de elogios. Coisas assim acontecem no Restauração: solidariedade de um lado e de outro e pessoas expressando sua gratidão porque é tudo que têm a oferecer. Mas voltando ao procedimento para a cirurgia fui levado pelos corredores e o HR nunca me pareceu tão imenso. Passei por lugares em que o gesso do teto tinha caído e buracos feios davam uma má impressão à unidade de saúde. Cheguei, enfim, às portas do bloco cirúrgico e Tiago só poderia me acompanhar até ali, porque quando entrasse na sala de operação seria somente eu e a equipe médica. Eu estaria definitivamente “nas mãos de Deus”. Demorou um tempo que parecia infinito, acho que mais de uma hora. Eu deitado na maca, uma pasta com meu prontuário junto dos pés e médicos, residentes e funcionários diversos num movimento que não parava. Parece até que estávamos na “boca do formigueiro”. Enfim chegou minha vez, começaram a empurrar a maca para a sala 12, que tinha sido solicitada pelo doutor Rodrigo Andrade, conforme ouvi numa conversa entre os servidores daquela ala do HR. Ó Wall!!! (Continua...)
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05 de JULHO de 2010
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