Pois é amigos, algumas pessoas reclamam do meu pessimismo quanto ao futuro das minhas duas filhas. Acontece que meu pessimismo muitas vezes é otimismo, por isso que eu sou um oval congênito. Nasci assim. Mas exatamente por ser assim é que cultivo a esperança, como quem cuida de uma flor rara numa estufa. Vivo procurando motivos para manter uma mínima crença de que o ser humano algum dia venha a mudar sua índole fundada na maldade. Não é por acaso que as noticias sobre o mal são facilmente aceitas, mesmo procuradas pela grande maioria das pessoas. O feio, o mórbido, o violento recebem tratamento diferenciado nos meios de comunicação, resultando numa via de mão dupla de alimentação. Quanto mais noticias ruins, maior audiência. Maior audiência, mais noticias ruins. E se não fizermos um esforço de reação, acabaremos, mesmo os mais lúcidos, envolvidos nesta gosma midiática de pornografia e violência. De minha parte, este esforço se traduz em resistir à naturalidade do mal com a construção de certos artifícios racionais como a solidariedade, a compaixão e a esperança. Falo de artifícios, pois esses atributos não são congênitos. Eles tem de ser construídos no cotidiano de nossas relações. Todos nós sabemos o quanto é dificil manter a boa vontade em um meio competitivo e desagregador. Dai que, em boa parte as vezes, somos vencidos pela corrente majoritária do mal. Mas é preciso perseverar. Afinal, não é este o tipo de otimismo que desejo para minhas filhas nem para ninguém. No pouco tempo em que convivermos neste planeta, gostaria que elas (minhas filhas) aprendessem um pouco dessa teimosia em cultivar numa estufa precária essa flor improvável da esperança.
ó Wal !!!
INAUGURAÇÃO DO BLOG
05 de JULHO de 2010
Páginas
Visualizações
AUTOR DO BLOG
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário