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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Ignorantes da AIDS
Pesquisa aponta que seis em cada dez jovens ignoram risco da AIDS. Há, no Brasil, uma geração que, embora com amplo acesso a informações, não tem a real percepção dos perigos do sexo sem proteção. Aproximadamente 60% dos jovens entre 18 e 29 anos acham que não correm risco (ou consideram pequena essa ameaça) de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST). De cada 10 jovens, quatro acreditam que não é preciso usar preservativos em relacionamentos estáveis e três desconfiariam da fidelidade do parceiro que propusesse o uso regular da camisinha. A pesquisa, encomendada pela Caixa Seguros com colaboração da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, ouviu 1.208 jovens em 15 estados e no Distrito Federal entre 2011 e 2012. Do total, 78% responderam que já usaram camisinha, ao menos uma vez, para se proteger contra DST. No entanto, 40% não consideraram o uso do preservativo eficaz para evitar infecções ou uma gravidez indesejada. Apesar das campanhas governamentais de prevenção e das facilidades de acesso a informações sobre a doença, os números mostram que o índice de incidência da aids entre jovens de 15 a 29 anos vem se mantendo relativamente estáveis. Em 2011, foram notificados 9,1 mil casos; em 2010 foram 8,8 mil; e em 2009, as notificações nessa faixa etária somaram 8,4 mil. No primeiro semestre deste ano, o Ministério da Saúde recebeu 4,4 mil notificações. Segundo o coordenador da pesquisa, Miguel Fontes, a pesquisa aponta que os jovens não colocam em prática o que aprendem em relação a DST. "Os jovens brasileiros não se acham em perigo de contrair aids. Eles se sentem fortalecidos no plano do conhecimento, mas, quando puxamos para a realidade, vemos que eles estão em situação de vulnerabilidade. O uso de drogas é um fator que expõe os jovens ao risco. Há vários projetos de conscientização, mas, infelizmente, o grande problema são as drogas. Os usuários não têm noção do perigo e acabam se arriscando. O álcool tem uma influência bombástica em relação às opções que os jovens têm feito em relação à sexualidade. Além disso, houve um aumento do consumo de bebidas entre as mulheres mais novas. De maneira geral, há o que chamamos de epidemia concentrada, com prevalência de 5% entre profissionais do sexo e usuários de droga e 10% entre homens que fazem sexo com homens. Avalia o pesquisador Miguel Fontes. Ó Wal!!!
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