O Mensageiro. Continuando... Pica-Pau mostrava-se agora outro. Dona Moema, reconhecida, mandava ajustar para ele as roupas e os sapatos que o marido lançasse ao desuso. Bamboleante como sempre, era visto aqui e ali, no vilarejo próximo, transportando grandes sacolas para compras, ou no jipe de serviço, dando adeus com as mãos recurvas. Observando-o, o engenheiro e a esposa notaram que o servidor possuía apenas um habito profundamente arraigado. Todas as noites, antes do sono, enquanto o Dr. Crisanto permitisse o funcionamento do motor para a luz elétrica, relia um livro surrado. Certa feita, o casal aproximou-se para ver, e ficou sabendo. Pica-Pau compulsava um exemplar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
- Então, você gosta desse livro? – perguntou o chefe, sorrindo.
- Sim, doutor – respondeu, acanhado -, é a única coisa que eu tenho.
E acariciando o volume ensebado:
- Este livro me consola e me ajuda a pensar...
- Você é espírita? – indagou Dona Moema, com inflexão de respeito.
- Sou um pobre homem que já lutou muito – respondeu Pica-Pau -, mas encontrei no Espiritismo o sossego da alma. Se posso responder à pergunta, Dona Moema, digo que sou espírita, com muito desejo de praticar o que o Espiritismo me ensina... Conquanto não abraçassem os mesmos princípios, os amigos louvaram-lhe a fé, bondosos e tolerantes. Dona Moema passou a esperar o primogênito e era de ver-se a dedicação de Pica-Pau. O apagado trabalhador desdobrava-se em concurso espontâneo. Abeirando-se da “délivrance”, a jovem senhora foi conduzida pelo esposo à casa de parentes no Rio. Ó Wall!!! Continua...
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domingo, 29 de março de 2015
Pica-Pau - 3ª Parte
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Unknown
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13:00
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