INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A violência nas religiões - 3ª Parte

POR: ANSELMO BORGES*
* Padre e professor de Filosofia. Continuando...
No dizer do filósofo Frédéric Lenoir, isto vê-se concretamente nos monoteísmos, por se julgarem detentores da "verdade única que lhes foi dada por Deus". Deve juntar-se a tal atracção do poder, que torna as religiões violentas. "O caso do judaísmo é típico, pois durante mais de dois mil e quinhentos anos foi uma minoria politicamente dominada ou perseguida." E lá está ainda hoje o terrível fanatismo. De qualquer modo, Javé é um Deus muito violento. O cristianismo é a religião do amor e começou por ser pacífico e violentamente perseguido. As coisas mudaram desde o século IV, com Constantino, e sobretudo a partir de 380, ao tornar-se religião de Estado, numa união religioso-política. De religião perseguida, começou a tornar-se perseguidora e implacável para com os infiéis não cristãos e os cristãos heréticos. Santo Agostinho já fala em "perseguição justa". Depois, são as cruzadas, fazendo o papa Urbano II apelo à guerra santa: "Deus o quer." E a "santa inquisição". Santo Tomás de Aquino escreveu: "Os hereges merecem ser suprimidos do mundo pela morte." E o ódio aos judeus. E a brutalidade da conquista da América e do tráfico de escravos. O Alcorão prega a guerra santa contra os infiéis: "Profeta, combate contra os infiéis e sê duro com eles" (9, 73); "Infundirei o terror nos corações dos que não acreditem. Cortai-lhes o pescoço" (8, 12). E Lenoir lembra que Maomé foi ele próprio "ao mesmo tempo um chefe espiritual e político, e um guerreiro". Participou em 60 batalhas. A história mostra que também o hinduísmo e o budismo não estão imunes à violência, por vezes brutal, exercida até por monges. O casamento das religiões com o poder e a política corrompe-as. Aí está porque, para lá da urgência do diálogo inter-religioso, condições essenciais para a paz são a leitura histórico-crítica dos textos sagrados e a laicidade do Estado, com a separação da(s) Igreja(s) e do Estado e o respeito pelos direitos humanos. Ó Wall!!! FIM

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