PT perde 20% dos prefeitos após votação do impeachment de Dilma - 2ª Parte
Continuando com a Uol,
FATORES - Em outubro do ano passado, a Folha já havia mostrado que a grave crise econômica, as acusações de corrupção apuradas na Lava Jato e o desgaste de popularidade de Dilma haviam feito 69 prefeitos eleitos pelo PT em 2012 abandonarem o partido. Agora, seis meses depois, o número de deserções praticamente dobrou. O início da tramitação do pedido de impeachment da petista na Câmara ocorreu entre os dois levantamentos, em dezembro. Para o cientista político Carlos Melo, professor do Insper, pesa sobretudo a proximidade das eleições nas decisões tomadas pelos prefeitos. “Há vários prismas a considerar: a má imagem do PT com a Lava Jato, a dificuldade dos municípios de renegociar dívidas com o governo federal, de obter repasse e de aumentar arrecadação. Sair do partido dá a esses prefeitos o discurso da oposição ao menos”, afirma Melo. O secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza, no entanto, diz que a perda de prefeitos não é um assunto que preocupa a agremiação neste momento. “Temos um golpe em curso. Não estamos preocupados com quem saiu, mas sim com quem ficou e vai defender a democracia e nosso legado”, afirmou Souza, destacando que o partido teve crescimento de militantes filiados. Para o dirigente, apesar de ter perdido alguns quadros históricos, a maioria dos prefeitos que deixou o PT não possuía raízes no partido. “São pessoas que vieram na onda e na onda saíram. Estão mais interessadas em objetivos eleitorais do que programáticos”, diz ele. Filiado ao PT em 2011, eleito em 2012 e desligado do partido neste ano, o prefeito de Maracás (BA), Paulo dos Anjos, é retrato da “onda” citada pelo dirigente da legenda. Ele diz que trocou o PT pelo nanico PSL (Partido Social Liberal) por divergências locais com o comando da legenda. Mas dos Anjos argumenta que o atual cenário de crise do PT também influenciou a sua decisão. “A gente vê tanta coisa errada que acaba ficando entristecido, desiludido”, diz o prefeito, que vai disputar a reeleição neste ano. Já o prefeito de Osasco, Jorge Lapas, migrou para o PDT (Partido Democrático Trabalhista) após 11 anos no PT. Em carta aberta à população, Lapas observou que a antiga sigla vive “momento delicado no cenário nacional”, mas ressaltou o papel das disputas internas em sua decisão. “No âmbito municipal, a legenda vem se deixando levar por visões e interesses individuais, que dividem o partido e promovem um clima de insegurança e instabilidade em nossos aliados”, disse. O prefeito travou disputa local com o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, condenado no mensalão. Se ao fim dessa janela de filiação o PT conta com 503 prefeitos, o professor do Insper avalia ser plausível que o número diminua –e que deputados estaduais e federais também deixem o partido nos próximos meses. “Haverá um efeito cascata. Houve um enfraquecimento grande do PT, e é improvável que a legenda vença todas as reeleições ou eleja sucessores para obter mais que os 500 prefeitos atuais. Como o Legislativo depende das máquinas municipais, é natural a perspectiva de procurar alternativas”, afirma Melo. Ó Wall!!! FIM
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05 de JULHO de 2010
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