Por: Paulo Rideaki. Continuando...
Meu pai não era de falar muito, era do tipo calado, mas sofria tanto quanto minha mãe e do jeito dele, acho que minha mãe comentou sobre o ocorrido e ele muito frio, sem demonstrar quaisquer emoções em seu rosto pálido, só disse que eu sou homem porque nasci homem e sou homem por definição e nada iria mudar a minha natureza. Tais palavras foram o suficiente para eu voltar à escola e de cabeça erguida, não ‘esquentei’ mais com ‘zoeiras’ dos colegas e tão cedo eles perceberam que não teriam mais graça mexer com quem não lhe dava relevância alguma, buscando uma ‘nova vítima’! Eu cresci fisicamente e mentalmente, e hoje agradeço a abençoada educação que tive dos meus pais, pois eles não imputaram em mim os ‘antivalores’ do preconceito, e se hoje me relaciono com todos de boa, é porque não julgo ninguém pelas aparências, opções ou por qualquer outro valor que não seja a própria pessoa. Mas quer saber? Hoje me relaciono com todo mundo, dos brasileiros aos descendentes e filhos de estrangeiros, e sinto mais preconceitos machistas entre os brasileiros do que com os filhos e netos de estrangeiros, tipo a ideia errônea de que pra ser homem você tem que ser bruto. Confesso que depois de algum tempo antes do meu ‘processo de amadurecimento mental’ tinha uma pulga atrás das orelhas sobre a minha masculinidade, no entanto percebi que ‘não sou bicha, ou viado, ou frutinha, ou um enrustido’, eu percebi que sou “delicado” por uma questão de cultura e educação. Para quem não sabe a educação de ‘berço estrangeira’ é diferente da educação brasileira por questões culturais, porque na verdade o conceito de ser homem é bem diferente, para sermos homens, não precisamos coçar saco na rua, cuspir no chão, falar palavrões ou ficar olhando as ‘bundas’ das mulheres e soltar indelicadezas verbais como, ‘nossa que delicia de mulher’. Ó Wall!! FIM
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05 de JULHO de 2010
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sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Eu sou bicha? - 2ª Parte
Postado por
Unknown
às
22:35
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