INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

domingo, 30 de novembro de 2014

A ferida que não cicatriza

Gente, segundo o Posted in: Saúde Pública, de volta à vida: reconstrução da mama reascende sonhos em mulheres com câncer. A alegria pela vida, a vaidade, os sonhos de futuro foram arrancados dela de uma forma inesperada. O culpado seria o próprio destino e um diagnóstico de um câncer de mama recebido aos 52 anos. “De repente, o sonho que eu tinha se transformou em um pesadelo”. Após a descoberta, Solange Gomes da Silva, enfrenta […] A alegria pela vida, a vaidade, os sonhos de futuro foram arrancados dela de uma forma inesperada. O culpado seria o próprio destino e um diagnóstico de um câncer de mama recebido aos 52 anos. “De repente, o sonho que eu tinha se transformou em um pesadelo”. Após a descoberta, Solange Gomes da Silva, enfrenta a angústia de ter que encarar de frente a mutilação de um dos seios. Solange é apenas uma das centenas de mulheres que esperam na fila o cumprimento da Lei 9.958/2013. A norma, de autoria de Hervázio Bezerra, é destinada às mulheres que sofreram mutilação parcial ou total da mama, decorrente da utilização de técnicas aplicadas no tratamento do câncer. Sancionada pelo Poder Legislativo, na gestão do presidente Ricardo Marcelo (PEN), a lei tem a finalidade de definir o comprometimento de cada uma das unidades de saúde envolvidas no tratamento da doença. Porém, os números revelam que, apesar de aprovada há mais de um ano, a regra ainda é uma exceção e necessita da atenção do Poder Executivo para que seja totalmente cumprida e, dessa forma, possa atender e beneficiar as mulheres vítimas do câncer de mama. Segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 750 mulheres paraibanas foram ou devem ser diagnosticadas com câncer de mama apenas neste ano. Contudo, apesar dessas centenas de vítimas da doença, apenas 63 tiveram acesso a cirurgia de reconstrução até novembro de 2014, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado e do Hospital Napoleão Laureano, referência para o tratamento na Paraíba. Significa que apenas 8,4% do total de mulheres acometidas pelo câncer no Estado têm sua mama reconstruída. E, desse total de 63 cirurgias, mais da metade foi realizada pelo Hospital Laureano, que é uma entidade filantrópica. Foram 33 ao todo.Os outros 30 procedimentos foram subdivididos em hospitais paraibanos, sendo que 16 foram realizados no Hospital Municipal Santa Isabel, um no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HUJP), 10 no Hospital Edson Ramalho, um no Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro Coutinho e dois na Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora da Conceição. Solange está na espera há quase um ano. “Comecei o tratamento em dezembro do ano passado, quando descobri a doença. Todo o processo tem sido realizado pelo SUS, mas o pior tem sido a ansiedade e a vontade de me sentir completa. A demora algumas vezes é o que tem me feito sofrer”, destacou.
Da aprovação da Lei à garantia do direito - Entre as determinações cabíveis ao Governo Estadual, previstas pela Lei 9.958/2013, está a necessidade de estabelecer os critérios e procedimentos relativos à inscrição da mulher interessada e ao prazo para o seu atendimento; consignar a possibilidade de escolha, pela enferma mastectomizada, dá melhor técnica aplicada ao seu caso, segundo orientação médica; além de determinar que todos os hospitais que façam a mastectomia ofereçam o serviço de cirurgia plástica reconstrutiva. Também poderá o Poder Executivo, mediante convênio com entidades públicas ou privadas de ensino superior, no âmbito da Medicina, Enfermagem, Ciências Biomédicas e Psicologia, bem como outras entidades e hospitais públicos ou privados, criar o Centro de Estudos para o aperfeiçoamento de Técnicas Cirúrgicas Aplicadas à Reconstituição Mamaria, bem como à divulgação dos resultados científicos e práticos alcançados pelo programa. Quem já teve acesso a essas regras estabelecidas na lei de Hervázio Bezerra foi a professora Maria do Carmo da Silva. Aos 55 anos de idade ela viu sua vida ser totalmente transformada em um simples toque. Após o gesto, a reação foi de desespero, porque ela descobria ali um câncer. A identificação da doença provocou uma reviravolta na vida dela. Entre os principais motivos do medo, estava essa possibilidade real de ter que enfrentar a mutilação. No caso de Maria do Carmo foi necessária a retirada de toda a mama durante a cirurgia e, sem essa parte de seu corpo, ela quase acabou perdendo totalmente a autoestima e se fechando no mundo de tristeza, vergonha e dor. A professora enfrentou esse medo e esses momentos de angústia, como também viveu a realidade de ver toda a mama retirada do seu corpo. Diante dessa realidade, somente uma coisa conseguiu arrancar da professora um sorriso: a conquista da cirurgia da reconstrução da mama e a certeza de que iria poder levar uma vida totalmente normal. “Foi um presente de Deus eu ter conseguido a reconstrução da minha mama! Minha vida não seria a mesma sem essa cirurgia! Minha autoestima estaria lá embaixo e eu teria até vergonha. Eu estou muito feliz agora! A minha primeira reação foi de apavoramento, porque quando tira a mama fica um buraco. É muito feio! Eu chorava muito e ficava muito nervosa e com astral lá embaixo. Mas, agora estou feliz!”, relatou.
Reconstrução da mama, reconstrução da vida - Para as mulheres que enfrentam o câncer e ainda encaram a mutilação, a garantia de ver a mama ser reconstruída é também a certeza de ter de volta a vontade de viver. É o caso de Aparecida Cavalcanti. Há quatro anos, ela esteve na sala de cirurgia para retirar parte da mama. Como o diagnóstico foi precoce, só foi necessário a retirada de pequenos fragmentos e de alguns gânglios debaixo do braço, pois felizmente na maioria dos casos, a mutilação tornou-se coisa obsoleta. Aparecida tem 45 anos e é mãe de dois filhos. A mamografia, exame feito para detectar tumores na mama, era realizada anualmente e ajudou no início do tratamento. A cirurgia de reconstrução veio em seguida e junto trouxe a satisfação de seguir em frente com a vida. “Quando recebi o diagnóstico tive revolta e fiquei deprimida. Mas, decidi encarar com o máximo de otimismo e hoje me sinto forte para compartilhar a minha experiência”, afirmou. Para Hervázio Bezerra, autor da lei que garante a reconstrução mamária pelo sistema público de saúde na Paraíba, esse resultado vai muito além das garantias de um direito. A lei alcança as mulheres com a reconstrução da vida delas, principalmente aquelas que não possuem condições financeiras. “Muitas mulheres convivem com esta situação, embora a reconstrução da mama seja assegurada pelo SUS. A medida tem a pretensão de ser um estímulo a mais para melhoria dos cuidados da paciente no sistema público de saúde e deve contribuir para a saúde e a autoestima da mulher vítima de câncer, que não pode esperar anos para realizar a cirurgia plástica”, explicou o autor.
A ferida que não cicatriza - A mutilação dói. Muitas vezes causa revolta e depressão. Mas, para Adiudes Rodrigues Martins, de 61 anos, há uma ferida ainda maior que não cicatriza nunca. “Doer mesmo é perder uma pessoa da gente. No caso da minha sobrinha, o medo foi tão grande que levou à morte”, contou a dona de casa que, além de ter enfrentado a doença, ainda viu, no mesmo período, a sobrinha morrer sem reconstruir a mama. No caso dela, a doença já estava muito avançada e não deu tempo chegar ao estágio da reconstrução. “Ela chegou e disse que estava com um caroço na mama. Eu fui cuidar dela, mas já estava muito profundo, tava enraizado. No meu caso eu cuidei, fiz a cirurgia logo no começo e precisei tirar apenas um quadrante da mama. Mas, o que maltratava mesmo era a quimioterapia”, afirmou.
Um “Dia de Boa Vontade” - Na Paraíba, o Hospital Napoleão Laureano (HNL), em João Pessoa, tem atendido e acompanhado pacientes de todo o Estado. A instituição realiza procedimento cirúrgico de reconstrução mamária e este ano já realizou 33 cirurgias. Lançada no ano de 2013, o hospital tem realizado procedimentos através do Projeto “Dia da Boa Vontade”, que também conta com o apoio da Rede Feminina de Combate ao Câncer e do Serviço de Cirurgia Plástica Reparadora do HNL. Segundo a diretora Assistencial do Napoleão Laureano, Tereza Lira, a Campanha realizou 12 cirurgias em apenas um dia, todas através do SUS, e contou com a participação de dez cirurgiões, além de psicólogos e nutricionistas. “Nós temos um trabalho intenso no combate ao câncer de mama, e todo o paciente que é encaminhado ao hospital passa por uma análise, através da Auditoria de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), para dar início a todo o tratamento inclusive a cirurgia de reconstrução mamária”, explicou. Solange Gomes da Silva, ainda presa ao pesadelo de enfrentar a doença, já consegue ver a certeza do retorno ao sonho de voltar a ser feliz. A possibilidade de reconstrução da mama tranquilizou a comerciária que vislumbra dias em que poderá voltar a se olhar no espelho sem medo. O olhar triste já não existe mais e a fé na recuperação do câncer a trouxe de volta a vida. Ó Wall!!!

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