INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Reunião no Além

Nunca havia presenciado uma cena parecida. Até hoje não sei se foi um desejo, um sonho ou uma rara experiência de EQM (experiência de quase morte). Mas estava ali, na minha frente, aquela mesa gigante repleta de personagens notáveis, alguns nem tanto, sentados, lado a lado, com semblantes sérios e preocupados. Reunião urgente. Em pauta: o Brasil. De um lado da mesa eu podia ver os vultos de Niemeyer, Cazuza, Carlos Drummond, Ayrton Senna, Renato Russo, Paulo Francis, Don Helder, Médici e “Seo Zito”. Do outro lado, Hebe Camargo, Chico Anísio, Volpi, Adib Jatene, Ulisses Guimarães, Ronald Golias, Araci de Almeida e um grupo enorme de motoboys recém chegados. O primeiro problema apontado foi a violência. Muitas soluções apareceram… A colocação de milhares de anjos da guarda de plantão nas esquinas das novas ciclovias e VLT’s foi sugerido. Mas o contingente seria imenso e o problema não era só urbano, disse Niemeyer, com uma vozinha tão baixa que não dava quase pra se ouvir. Jatene com seu jaleco branco, lá na ponta, disse que a saúde estava pior que a violência. Ulisses citou que mais grave era a corrupção e Drummond concordou com os dois dizendo que, com certeza, mais de uma pedra havia no caminho. Cazuza então levantou e acusou a burguesia e suas piscinas cheias de ratos. Renato Russo colocou a culpa em Brasília e nos cavalos marinhos. E num canto isolado, Don Helder rezava pra que tudo acabasse bem. A reunião começou a ficar chata mesmo quando Paulo Francis levou quarenta minutos para descrever o panorama político brasileiro. Foi quando Ayrton Senna pediu mais rapidez, enquanto Volpi rabiscava bandeirinhas e Hebe ria das piadas de Golias. Até Pedro Alvares Cabral, que não havia sido convidado, sentiu-se no direito de participar e sugeriu que os portugueses é que deveriam “de voltar cá nestas terras” e resolver as questões, pois o que se vê hoje são problemas de criação. Foi vaiado e retirado a tapas por Médici. Alguns minutos depois da briga, chegou Tim Maia que deveria ser o presidente da reunião, mas a pedido de Zito foi substituído da posição, por conta de mais um atraso. A reunião rolava tensa. Nada se resolvia. Grupos se desentendiam. Os da direita faziam barulho e não davam soluções. Os da esquerda acusavam os da direita que atiravam papeizinhos, muito embora ninguém soubesse mais quem era esquerda e quem era direita. Os da ponta, menos conhecidos e os motoboys apenas tiravam selfies. Quando a discussão atingiu seu grau máximo e os militares já tentavam tomar conta da situação, Araci de Almeida mostrou a que veio, batendo na mesa e pondo ordem na casa, gritou com a voz da boa malandragem:
- Dá pra gente ter mais educação? Todos levantaram e aplaudiram, concordando finalmente com a solução do país. Será que dá? (Texto de Inês Bari, escritora e publicitária). Ó Wall!!!!

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