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05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Filme: O Guardião da Galaxia - 2

Pois é, segundo comentários de alguns pós fazer um estrondoso sucesso com a Primeira Fase/Temporada de seus filmes, Marvel Studios, já consolidada como uma grande empresa, decidiu apostar em algo até então arriscado: um filme de ficção cientifica do qual introduziria uma equipe completamente desconhecida do grande publico. baseado na reinvenção dos personagens em 'Aniquilação' feita pela dupla conhecida como 'DnA' (Dan Abnett e Andy Lanning) e sua consequente revista solo. Uma aposta considerada arriscada por muitos, mas importante para o estúdio estabelecer certos elementos do qual serão importantes para a sua Terceira Fase/Temporada. Mas como o filme se saiu, e o que ele pode nos dizer sobre como o estúdio está lidando com suas adaptações? Confira abaixo:
Antes de tudo, a sinopse: Peter Quill (Chris Pratt) foi abduzido da Terra quando ainda era criança por piratas espaciais. Já adulto, fez carreira como saqueador e ganhou o nome de Starlord. Quando rouba uma esfera em um planeta abandonado, na qual o poderoso vilão Ronan (Lee Pace), líder da tropa de Militares e Juízes da raça Kree chamados Acusadores, está interessado. Peter não tem ideia das ligações da esfera com Ronan e Thanos (Josh Brolin), O Titã louco, que tem interesse especial nos segredos do qual ela guarda. Procurado por vários caçadores de recompensas, Quill une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel) e seu parceiro o guaxinim atirador Rocket Racoon (Bradley Cooper), a sombria e perigosa "filha de Thanos" Gamora (Zoe Saldana) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas o Starlord descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.
O filme é dirigido por James Gunn, que por anos trabalhou com o lendário Andy Kaulfman da Troma Films, mas que conseguiu abrir caminho por meio de Hollywood com os excelentes 'Slither' e 'Super' e ganhou uma chance grande de assumir um blockbuster com essa responsabilidade. Graças ao marketing pesado e ao próprio clima do filme, nostálgico e descontraído, o filme acabou se tornando um enorme sucesso, mas mesmo assim não esconde o fato desse ser provavelmente o pior trabalho do diretor, ao mesmo tempo que é o mais atrativo para o gosto popular. è estranho como atores e elenco sensacionais, porém tão diferentes e ecléticos, podem fazer um filme ruim funcionar.
O filme tem um roteiro desenvolvido de maneira porca e com inúmeros momentos que forçam a gente curtir a experiência de assisti-lo. O humor é forçado e muitas vezes acabam estragando a interação dos personagens (exemplo: a tentativa de cena romântica entre Peter e Gamora dentro do 'Knowhere') ou até mesmo os próprios personagens. O Drax de Bautista só foi o Drax das HQs no primeiro minuto de cena, depois disso virou um alivio cômico brutamontes. Gamora acabou desperdiçando Zoe Saldana, interpretando uma versão genérica de outras personagens (melhores) dela ao longo de sua carreira e por mais que Chris Pratt tenha competência para carregar um filme nas costas (como foi comprovado com esse filme), mas querer tratar Peter como um alguém que não se define como uma criança grande ou um adulto imaturo acaba soando mais um "Andy com lasers" do que qualquer outra coisa. Incrivelmente, os personagens que funcionaram melhor dentro da equipe exatamente por serem coadjuvantes carismáticos que estavam ali para dar suporte ao trio citado acima do que ter em si um desenvolvimento são Groot e Rocket, do qual seus poucos momentos ruins em tela foi quando tentaram justificar psicologicamente estes mesmos personagens. E na parte dos vilões, a coisa só piora. Ronan como o personagem é bidimensional e raso, enquanto a sensacional Karen Gillian é desperdiçada como Nebula, tendo o mesmo problema que a Gamora: falta dimensionar os personagens. Há cenas que exploram mais a fundo a relação entre as "Filhas de Thanos", mas não tenho certeza que iria melhorar a situação. Isso é um problema que até os heróis sofrem, já que, por exemplo, toda a motivação de Gamora no filme é explicada em UMA LINHA dentro do filme, e nenhum outro desenvolvimento ali foi feito. Korath e nada é a mesma coisa, mas deu rpa perceber que Djimon Hounson se divertiu bastante. Já a grande surpresa do cast do filme, Benicio Del Toro como o Colecionador, único personagem do qual a comédia foi moderada no tom certo e agiu ao seu favor. Apesar de não ter a participação grande que o personagem nas HQs tem em relação a trama geral, mas causou uma ótima impressão e certamente vai ser explorado nas sequencias. E por ultimo, Michael Rooker, grande parceiro do diretoir, fioca caricato demais como o completamente mudado Youndu, pirata espacial que parece mais o Tio de Quill saído de um sitcom sci-fi.
O grande problema do filme, pra mim, é como o roteiro foi tratado. Já disse que a comédia excessiva é um dos grandes problemas do filme, que afeta o clima de certos momentos (ver a sequencia dos créditos de abertura) e personagens de maneira que não deveria, tirando as vezes a sua chance de definir melhor o que eles são acabando caindo no problema conhecido como "Síndrome de Bendis", onde todos os personagens soam como um só. Além disso, as passagens entre os momentos parecem mais colagens pela falta de sensação da trama mover de forma orgânica, e o único momento realmente forte, emocionalmente falando, que foi a morte da mãe de Quill, apenas não tem relevância alguma para a história. O momento é apenas jogado ali para justificar como Peter foi para o espaço e volta do mais absoluto nada no final do filme, para justificar a batalha final, que chegou a extremos do ridículo e que utilizou uma seria de justificativas jogadas de maneira porca posteriormente para justificar certas ações e acontecimentos que aconteceram ali posteriormente, como o fato de, aparentemente, Peter ser mais do que um humano e do pai misterioso que pagou para trazerem seu filho para o espaço. Porém, novamente, tudo isso foi feito com elementos que agradam o grande publico do qual assiste o filme despreocupado de seu conteúdo, mas que não conseguem esconder as grandes falhas do filme. Agora falando das coisas boas, vale citar a explicação mais detalhadas ao grande publico sobre o que são as Gemas do Infinito e suas origens (Celestiais!!!), o visual do filme, que bebe e moderniza o look sci-fi da década de 50, utilizando bastante cores primárias fortes, a trilha sonora, que apesar de grudenta e fazer parte da "maquiagem" do filme, é sensacional e bem escolhida. Mas especialmente o filme tem sucesso em definir o papel de Thanos nos filmes, como um Senhor da Guerra Intergalático, o que não só define o papel do personagem dentro do filmes, mas também já faz questão de se separar com as inevitáveis comparações com Darkseid no futuro. Apesar que prefiro seu visual com uma fisionomia mais real porém numa escala maior de 'Os Vingadores' do que a versão mais caricata que aparece neste filme. Além, de tudo isso, o filme demonstra uma fadiga criativa por parte do estúdio, e um medo meu que começa a cada vez mais se concretizar: que o sistema de produção em massa, utilizando a estrutura de serie de TV, torne os filmes completamente repetitivos, e pior, irrelevantes. É como aquele episódio que você pode pular e não vai te acrescentar nada na frente. O filme tem uma estrutura assustadoramente igual a de Vingadores, com algo que chamo de "cena Mos Eisley"acrescentada: surge um artefato que nas mãos erradas pode ser mortal, que obriga pessoas com personalidades diferentes, que primeiro entram em conflito e depois se unem para derrotar o vilão, que lança um grande ataque sobre a cidade-sede destes heróis. Não há mudanças de estrutura que escondam ou maquiem isso, é explicito e claro. Transformaram até o John C Reily (Corpsman Dey) e Glen Close (Nova prime) no no Agente Coulson e Nick Fury espacias, respectivamente, deixando o Nova Corps com um look mais militar. E isso se demonstra ser algo perigoso, especialmente com a nova leva de filmes tendo que estabelecer um evento em grande escala como o 'Infinity Quest', é que capaz de, novamente, os heróis principais virarem coadjuvantes em seus próprios filmes afim de servir ao grande-filme evento, coisa essa que na Fase/Temporada Dois eles felizmente conseguiram escapar. Infelizmente, GOTG confirma aquilo que venho dizendo a algum tempo: apesar do pioneirismo da editora de quadrinhos bancar seus próprios filmes, a Marvel Studios sempre jogou seguro com seus personagens na hora de criar seus filmes, e essa falta de se querer fazer filmes com F maiúsculo, de querer ousar não só nas escolhas de quais serão os filmes mas também do jeito que faz seus filmes, muitas vezes presa na vontade dos produtores, que fizeram dar certo uma estrutura criada a partir da (inteligente) criação de uma demanda. E esse medo meu não é baseado em teorias sem fundamento, 'Ant-Man' deixa bem claro a entender tem também certos elementos que relembram bastante o primeiro Homem de Ferro. E isso me deixar com medo, como membro da audiência e fã da audiência, desses filmes perderem as oportunidades de serem explorados como filmes, além de serem pedaços de um quebra cabeça, que muitas vezes nem é algo tão essencial. GOTG acaba se tornando um resumo de tudo que a empresa faz de errado e é celebrada por isso: tem um apelo nostálgico e descontraído forte, e foi esse apelo que segurou as pessoas nas salas de cinema, porque se dependesse da qualidade dele como filme, simples e direto, seria um enorme fracasso de bilheteria. Não que eu esteja levantando a bandeira de que todos os filmes de HQs tem que seguir por extremos (ou muito sérios ou muito cômicos), mas que pelo menos que sejam feitos direito, ou que me apresente algo ali que possa me fazer genuinamente me importar com aquilo tudo, mesmo que seja por apenas 2 horas, e o filme falha em todos esses aspectos. Pela sorte deles, e de certa maneira nossa, tem espaço pra todo muito, até pra mediocridades que dão certo.
Ó Wall!!!

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