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segunda-feira, 22 de abril de 2013
Ciel, um aluno ateu
Pois é gente, um aluno ateu acaba com pai-nosso na escola, não que eu seja católico, todos sabem que sou espirita... Bom, o caso ocorreu no início de abril, mas é ilustrativo: após se recusar a rezar antes de aula, o estudante Ciel Vieira ouviu da professora que “jovem que não tem Deus no coração nunca vai ser nada na vida” No início deste mês, o estudante Ciel Vieira, 17 anos, de Miraí (MG), não se conformou com a atitude da professora de geografia Lila Jane de Paula de iniciar a aula com um pai-nosso. Então, ele se manteve em silêncio, o que levou a professora a dizer: “Jovem que não tem Deus no coração nunca vai ser nada na vida”. Era um recado para ele. Na classe, todos sabem que ele é ateu. A escola se chama Santo Antônio e é do ensino estadual de Minas. Miraí é uma cidade pequena. Tem cerca de 14 mil habitantes e fica a 300 km de Belo Horizonte. Quando houve outra aula, Ciel disse para a professora que ela estava desrespeitando a Constituição que determina a laicidade do Estado. Lila afirmou não existir nenhuma lei que a impeça de rezar, o que ela faz havia 25 anos e que não ia parar, mesmo se ele levasse um juiz à sala de aula. Na aula seguinte, Ciel chegou atrasado, quando a oração estava começando, e percebeu ele tinha sido incluído no pai-nosso. Aparentemente com a aquiescência da professora, alguns estudantes substituíram a frase “livrai-nos do mal” por “livrar-nos do Ciel”. O rapaz gravou o bullying com o seu celular e o reproduziu em um vídeo no Youtube, onde expôs a sua indignação. E só então, por causa da repercussão do vídeo, a direção da escola e a inspetoria passaram a cuidar do caso, mas para dar um jeitinho, de modo que a professora pudesse continuar a rezar o pai-nosso sem a presença de Ciel. Contudo, a secretaria de Estado da Educação, ao ser procurada pela Folha de S.Paulo, informou que a professora Lila tinha sido orientada a parar de rezar. Não se tem a versão da professora porque ela não quis falar com a imprensa. Lila é católica. O estudante gravou um segundo vídeo para contar o desfecho do imbróglio e agradecer o apoio da Atea (Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos), de familiares e dos parentes. Ao portais, a mãe de Ciel comentou: “Até chorei quando vi o vídeo [o primeiro] dele. Meu filho sempre foi um aluno ético”. Ela é espírita. Ó Wal!!!
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