Por: Michel Zaidan Filho. Continua....
É possível salvar a política, na concepção do “bom e justo governo da cidade”, como queria Aristóteles? Ou será que ela é uma atividade decididamente comprometida com meros imperativos de poder, sem pretensão de validade ética ou cognitiva? – É possível pensar uma política da amizade, da boa-fé, do entendimento ou do diálogo entre pessoas de boa vontade? Aqui, sobressai o nome de Platão e de sua obra “O banquete”. Só é possível resgatar a dimensão da amizade, da boa vontade e da boa-fé entre os políticos, os as pessoas políticas (zoon politicom), se fôr possível pensar na reerotização das relações humanas, de um modo geral. Enquanto banirmos essa razão sensível dos nossos negócios, a política continuará a serviço de interesses estratégicos ou materiais, com muito pouco margem de manobra para a dimensão da amizade, do acordo, do diálogo e do entendimento. Nem só do pão e do dinheiro vive a criatura humana. Vive-se também, e sobretudo, de respeito, auto orgulho, de atenção. A política do interesse tem que permitir a política do reconhecimento, se quisermos reabilitar o discurso político e a nossa confiança nos políticos. Senão Thomas Hobbes, Maquiavel, Nietzsche e Foucault terão dado a sua última palavra sobre isso. E aí não teremos salvação. Ó Wall!! FIM
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05 de JULHO de 2010
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