INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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AUTOR DO BLOG

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Apito Final

(Texto de Luiz Guilherme Piva)
O que acontece quando não há ninguém lá? Quando todos foram embora, apagaram-se as luzes, fecharam-se as portas, no oco da madrugada, no vórtice do silêncio, o que há? Onde havia sol, pessoas, gritos, risos, xingamentos, onde os jogadores enredavam e terçavam sagas, agora o que há? As cores, os gestos, os suores, as bandeiras, o calor do cimento, a luz da grama, o gemido das chuteiras, o zumbido que roubara a todos do tempo e do espaço, onde foram parar? Quando o jogo acaba, e saem os jogadores e os torcedores, e depois as luzes, e depois, bem depois, os ecos dos gritos e choros, e só então as sombras dos chutes e passes, e o espectro dos olhares, e os espantos e as dores, e as lembranças imaginadas, e as almas e vozes rasgadas, o que é que ainda fica lá? O que acontece quando todos saem de lá? Quando tudo é escuro, quando tudo é fundo, quando ninguém vê nada, quando não há mais nada, nem ninguém para ver o nada, o que ainda existirá? No campinho, no terreiro, na várzea, no estádio – onde havia tanta vida, o que fica em seu lugar? Algo como o que chamam morte? Não. Acho que não é isso o que há. Porque cada jogo não é só uma vida. É toda a história da vida, é toda a criação; o céu, a terra e o ar. E quando o jogo acaba, acaba tudo. Não há mais nada: nem vida, nem morte, nem céu, nem terra, nem ar. O próximo jogo será outra história, outro mundo, outro sopro de outro deus, outra aventura sem antes nem depois, outros seres surgidos do mar. E ele, como todos os que houve antes, como todos os que ainda virão, depois do apito final, depois da saída de todos, quando o oco, o fundo, o vórtice, quando o eclipse, o vácuo e o silêncio baixarem, ele também acaba. E eis que de novo, no campo vazio, de novo não há mais nada. Nem haverá. O Wall!!!

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