INAUGURAÇÃO DO BLOG

05 de JULHO de 2010

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Estervalder Freire dos Santos - Ó Wall; sou blogueiro desde 2010. Terminei o Ensino Médio em 1988, não tenho Ensino Superior, Criei o Blog Só Pudia Ser Ó Wal com a ajuda dos amigos: Cristiane Sousa, Ibermon Macena, Jackson Douglas, Junior Cunha e Rodrigo Viany. Sou totalmente eclético só para expor minhas ideologias.... O blog possuí muitos textos, mas nada especifico, acredito que sejam um pouco de tudo e pouco do nada, mas também há outros. Divirta-se.

sábado, 5 de novembro de 2016

'Eu vivo para ela' - 2ª Parte

Continuando com a G1.
'24 horas no braço' - Aos 18 anos, Camilla engravidou de Maria Clara, que hoje tem quatro anos, e há oito meses também colocou Maria Lys no mundo. “Eu tive a primeira gravidez muito cedo, com 18 anos, e eu não estava pronta para engravidar de novo, muito menos para nascer especial. Fui aceitando uma coisa de cada vez”, falou. Primeiro aceitou a gravidez. No final da gestação passou por mais um processo de aceitação: o medo da diferença. Camilla acorda bem cedo e esquenta a água para dar banho em Lys. Em seguida, prepara a mamadeira e começa mais uma tentativa de fazê-la sugar o leite. Durante a manhã, ou Camilla está sentada na cadeira de balanço evitando que Maria Lys chore ou está com ela no braço, impedindo as lágrimas da filha. Na hora do almoço, com Lys ainda nos braços, ela arruma a outra filha de quatro anos para ir à escola. Quando precisa levar Lys para fazer os tratamentos, dá o almoço das duas filhas, veste o que for mais rápido e sai com a bebê nos braços, de ônibus, rumo ao lugar que faz crescer as esperanças de que as limitações da filha não progridam. Camilla conta que Maria Lys não fica com outra pessoa sem chorar. “É só comigo, no braço, direto. Ela não fica em nenhum canto se não for no braço. Passo 24 horas com ela no braço”, conta. A vida de Camilla é duas em uma. “Somos só eu e minha filha lutando contra a doença dela. Sem a ajuda de ninguém”, lamentou. É nessa dependência que Camilla encontra a maior dificuldade de cuidar de um bebê com microcefalia. O primeiro tropeço é a renda da família. Apenas a mãe de Camilla trabalha, já que a jovem não tem como deixar a filha com outra pessoa. Lys, por meio da mãe, recebe o Benefício de Prestação Continuada do Governo Federal que, segundo Camilla, é o suficiente apenas para medicações, algumas consultas e transporte. Aos quatro meses de gestação, Camilla e o pai de Lys se separaram. Atualmente, ele visita a criança rapidamente e, conforme Camilla relatou, logo se estressa com os choros de Lys. "Só porque eu sou a mãe, eu tenho que cuidar sozinha?", se perguntou. Dessa forma, o pai de Lys vai se distanciando, diz Camilla. “Ele não tem a rotina que eu tenho. É difícil não ter esse apoio. Se ele convivesse mais comigo ele ia entender mais as necessidades”, desabafou. A ausência do pai tem sido comum nas histórias que Camilla escuta e compartilha. Ela tem 22 anos e já é mãe e pai ao mesmo tempo. “Se o pai dela tivesse a rotina de passar algum tempo com ela, ele saberia cuidar dela, saberia me ajudar”, disse. Camilla sente falta de quem era e de quem poderia ser. A jovem não se arrepende de nada, mas a saudade é tão presente quanto a rotina de mãe. “Me olho no espelho e nem me reconheço mais. Não tenho mais vaidade nenhuma. Tento me arrumar o mais rápido possível. Ninguém nem me vê mais de cabelo solto”, lamentou. “É como se todo mundo estivesse indo para frente e eu estivesse parada ainda. Parei no tempo”. Camilla emagreceu cinco quilos desde que Lys nasceu. Não há rotina para ela. “Quando ela dorme eu fico na dúvida: ou eu vou comer ou eu vou dormir, e geralmente eu escolho dormir sem comer para não perder tempo”, relata. O Wall!!! Continua...

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