Por: Homero Fonseca*
O Dr. Sérgio Moro é um homem honrado. Também é metódico, frio, eficiente e convicto de ser predestinado a erradicar a corrupção no Brasil. À frente da Operação Lava-jato, como titular da 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, tornou-se uma celebridade internacional. Do alto de seu prestígio e superioridade moral, não costuma responder às críticas. Nas últimas semanas, entretanto, desceu do pedestal. Pela primeira vez, desde o início da Operação, o juiz perdeu as estribeiras publicamente ao ser comparado pelo físico Rogério Cézar Cerqueira Leite, em artigo na Folha de S. Paulo (11/10), ao místico italiano Girolamo Savonarola e acusado de por em prática um “esquema fanático” em nome de uma “intolerância moralista”. Como sabem os leitores, Savonarola foi um frade dominicano que, na Florença do século 15, arrebatou as massas denunciando em pregações fervorosas os pecados da poderosa família Médici e do próprio Vaticano. Moro acusou o golpe. Mandou uma carta à redação do jornal, publicada dia 12, estranhando seja seu adversário membro do Conselho Editorial do jornalão (o que não deixa de ser uma insinuação para seu afastamento) e sugerindo que artigos “que veiculam somente preconceito e rancor, sem qualquer base factual, deveriam ser evitados, ainda mais por jornais com a tradição e a história da Folha” (o que é claramente uma defesa da censura à imprensa). No final do artigo, o renomado cientista, depois de lembrar que o fanático Savonarola havia sido queimado por ordem do corrupto papa Alexandre 6º, tascou a advertência: “Cuidado Moro, o destino dos moralistas fanáticos é a fogueira”. Por isso, o justiceiro de Curitiba acusou o articulista de “sugerir atos de violência contra o ora magistrado”. Ora, qualquer pessoa medianamente letrada e com um mínimo senso de discernimento entende que a “fogueira” se trata de uma imagem metafórica: Rogério Cézar Cerqueira Leite não estava incitando ninguém a tocar fogo no juiz, como filhinhos de papai de vez em quando fazem com índios e mendigos pelas noites do Brasil, mas ironizando o fato de que, uma vez cumprida sua missão divina (acabar com Lula e o PT), Sérgio Moro poderá ser descartado pelas mesmas elites que o elevaram à condição de herói nacional, como aliás fizeram com o ex-presidente da Câmara, que ainda nas manifestações pró-impeachment de março passado era homenageado com cartazes: “Eu sou Eduardo Cunha”..
Para ler o artigo na íntegra acesse o link abaixo:
https://medium.com/@homerofonseca/o-homem-mais-poderoso-do-brasil-77176876d6ed#.9zuluyepz
*Homero Fonseca é ex-secretário de Imprensa da Prefeitura do Recife, jornalista e escritor. Trabalhou nos principais jornais do Recife e foi editor da Revista Continente Multicultural em sua melhor fase.
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terça-feira, 8 de novembro de 2016
O HOMEM MAIS PODEROSO DO BRASIL - 1ª Parte
Postado por
Unknown
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19:41
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