Pois é gente, segundo o Diário do Sertão, no último sábado (23), Roberto Francisco Daniel, mais conhecido como Padre Beto, excomungado pela Igreja Católica, vai a Trancoso, Sul da Bahia, realizar o quarto casamento homoafetivo de sua trajetória. A cerimônia celebrada num dos destinos preferidos para trocar votos, unirá dois médicos. O padre acredita que tornou-se uma referência para a comunidade LGBT. “Não sou um sacerdote de nenhuma igreja chamada de inclusiva e muito menos lido com a questão como se fosse excepcional. Apenas vejo pessoas humanas que se amam e desejam construir um projeto de vida juntos”, diz. Os noivos, Alberto Cordeiro e Augusto Romão, conheceram Beto por pesquisas na Internet e se interessarem pelo perfil do padre. ‘’Sempre fomos muito religiosos e buscávamos alguém para celebrar nosso casamento, mas por causas óbvias tivemos negativas da Igreja Católica’’, conta o casal. Padre Beto diz que vê os gays com naturalidade para que todos possam desfrutar do casamento como qualquer outra pessoa. “Nós seremos verdadeiramente religiosos quando enxergarmos gays, héteros, lésbicas, bissexuais, transexuais, negros, brancos, enfim, qualquer ser humano como um filho de Deus. Este é o futuro”, afirma. O padre foi excomungado em abril de 2013 pela Diocese de Bauru (SP) por ter se recusado a pedir o perdão exigido por seu bispo após discutir abertamente a moral sexual cristã. O sacerdote defende pensamentos condenados pela Igreja Católica, como a homossexualidade. “A Igreja Católica ainda mantém sua postura absurda de condenar os gays ao celibato. Por isso os padres são impedidos de realizar casamentos de gays, pois família para a Igreja Católica é formada de homem e mulher. O que é um absurdo.”
Beto diz ainda que existem padres que pensam exatamente como ele, somente não expõem suas ideias por medo da penalidade que sofreu. “Não sabem o que estão perdendo, pois hoje me sinto muito mais feliz e livre para amar. Como também existem muitos padres gays na Igreja Católica”, afirma.
“Aliás, acredito que a maioria dos padres na atualidade é gay. Alguns vivem no celibato e outros mantêm uma vida dupla, ou seja, acabam vivendo sua sexualidade tranquilamente com parceiros, apesar de manterem o discurso da Igreja frente a seu rebanho”, completa. Ó Wall!!!
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05 de JULHO de 2010
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