Por: ROBERTO ALMEIDA - jornalista. Continuando...
Sei que os técnicos em saúde enfiam uns tubos ou fios na gente pela virilha e vão com eles até o cérebro checar como está a situação no local a ser operado. Essa “fotografia” é muito útil aos médicos responsáveis pela cirurgia, porque sabem com antecedência por onde vão “caminhar”, evitando acidentes de percurso, cometer erros que podem causar a morte ou sequelas graves ao paciente. De volta de algum exame, em cadeira de rodas ou maca, eu ia para a cama esperar, esperar e esperar. Quando alguém está em casa e fica muito tempo entre quatro paredes, sem sair para conversar ou andar pelas ruas, o tédio toma conta da pessoa e comumente bate a irritação, o nervoso, necessidade de se movimentar, fazer alguma coisa, sair da rotina. No hospital você aprende a conviver com o não fazer nada. Cessa a vontade de se divertir, faltam-lhe forças até para andar e não resta outra alternativa a não ser se conformar com a inércia. Então a maioria dorme, dorme, dorme. Acordados, conversamos com os colegas de infortúnio, contamos as horas, esperamos a noite, pensamos e pedimos a Deus que encaminhe as coisas do jeito certo, para que possamos nos safar daquela situação. Foram mais de duas semanas vivendo este dia a dia, repetindo os mesmo gestos a todo momento, tirando uns cochilos pela manhã ou à tarde, recebendo a visita do pessoal da enfermagem e de médicos, tirando sangue para checar as taxas de colesterol ou glicose, medindo a pressão, e esperando, esperando, esperando. Até que marcaram novamente a operação e desta vez não surgiu impedimento. Terezinha, completamente esgotada veio para Garanhuns ficar uma semana com Carolina e Tiago ficou comigo no Restauração, na condição de acompanhante. Como a mãe, meu filho me ajudou quando eu andava, me levou ao banheiro, até deu banho e auxiliou a limpar seu pobre pai enfermo. A doença nos deixa como crianças, tendo de ser cuidados pela mulher com jeito maternal ou por um filho ou filha como se tivéssemos trocado de lugar: ele ou ela agora está no comando e somos como bebês precisando "trocar a fralda". Humilhação? Não existe tal palavra quando se está com uma doença séria, aguardando a salvação que vem da sabedoria dos médicos ou da interferência divina. Ó Wall!!! (Continua...)
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05 de JULHO de 2010
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