Gente, segundo o site Impressões Digitais, a frase é famosa: "O jornal de hoje embrulha o peixe de amanhã."
Traduzindo: o que sai no jornal logo é esquecido, pois outras notícias novas farão com que nos não nos lembremos mais das antigas. Com certeza era assim, mas depois que os arquivos digitais surgiram, tudo mudou. Não há "peixes digitais" e as edições antigas passaram a estar sempre ao alcance dos leitores. E isso é muito bom. Jornalismo sem memória não existe. E essa memória não pode ser seletiva. Deve servir, também para lembrar as falhas da imprensa e as vezes em que ela "carrega demais nas tintas", intencionalmente ou não. Ontem (12), ao pegar o exemplar do Globo, me deparei com a notícia de que o novo presidente de Israel entrara em contato com a presidente Dilma para pedir desculpas pelas declarações de um funcionário da chancelaria israelense. Irônico e acima do tom que se espera de um diplomata, o tal sujeito, chamou o Brasil de "anão diplomático" para minimizar a repercussão do fato de que nosso país havia chamado o embaixador em Tel Aviv para prestar esclarecimentos sobre o quadro do conflito na Faixa de Gaza. A presidente Dilma já tinha criticado o uso desproporcional de força por parte de Israel. Mas, sejamos justos. Os dois pesos e as duas medidas não foram um privilégio do Globo. O mesmo aconteceu nos dois outros grandes jornais do país: Folha e Estadão. Tudo bem que também há um forte componente político na postura dos jornais nesse caso, afinal estamos em ano de eleição. Mas esse tipo de cobertura que explora as declarações bombásticas e deixa em segundo plano as informações mais relevantes é recorrente e nas mais diversas editorias. Ou seja, cada vez mais o "anão" é mais notícia do que um presidente. Ó Wall!!!
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05 de JULHO de 2010
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