Acredito piamente que o mundo vai se acabar dentro de alguns anos. Os sinais estão aí em toda parte, todos referendando aquilo que os profetas das antigas previam em suas profecias. Mulher casa com mulher, homem casa com homem, cabaço perdeu a validade, beijo na boca virou fichinha, namoro caiu de moda, o sujeito nem bem começa o namoro e já dorme na casa da namorada com ela e tudo, em suma, acabaram-se a moral, os bons costumes e se a família ainda respira, pode anotar que não será por muito tempo. Dia desses, lá no Manaíra Shopping, a turma da confraria ouvia um senhor de cabelos brancos protestar contra a licenciosidade que campeia no mundo. O velho espiava as moças andando com as regadas de fora, com os bicos dos peitos furando as blusas, com a lapa de buceta rasgando o tecido da calça e dizia que o mundo virara de cabeça pra baixo.
Nairon Barreto o escutava atentamente e lhe deu razão:
-O senhor está certíssimo. Imagine que minha filha saiu de casa sexta feira sem dar satisfações e só apareceu domingo, boquinha de noite, trazendo a tiracolo um negão de quase dois metros. Entrou, nem deu boa noite e foi levando o negão pru quarto. Eu fiquei fumaçando. Me levantei, arregacei as mangas da camisa, caminhei até o quarto dela, dei um chute na porta, entrei e o que vi, adivinha aí, meu velho: uma lapa de rola desse tamanho! E abriu os braços para mostrar o comprimento da bicha.
-Vai te lascar!-, devolveu o velho, indo embora.
Esse negócio de fim de mundo não é novidade. Desde menino meu pai falava do assunto. Dizia que o mundo ia se acabar com fogo, pois já se acabara uma vez com água. E esse calorzão não será um prenúncio? Tem lugar com mais de 40 graus na sombra. Segundo Vavá da Luz, ilustrador deste pequeno e despretencioso artigo, pras bandas do Ingá o calor tá de rachar. E tá mesmo, basta ver a imagem. Ó Wall!!!!
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